O cerco a Fabrício Queiroz se fecha a cada dia, apesar do ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) estar desaparecido. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) apontou, nesta quinta-feira (16), que há indícios da existência de uma organização criminosa no gabinete da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) do filho de Jair Bolsonaro (PSL). Segundo o MP, o esquema criminoso existe desde 2007 e teria a finalidade de desviar recursos públicos dos salários dos assessores parlamentares. Para os promotores, de acordo com O Globo, “não parece crível” que Queiroz seja o líder da organização sem o conhecimento de seus “superiores hierárquicos durante tantos anos”.
O MP, que pediu a quebra do sigilo bancário de Flávio, descreveu os detalhes de movimentações financeiras suspeitas e ainda apontou a sofisticação do esquema por conta da “clara divisão de tarefas entre núcleos hierarquicamente compartimentados”. Segundo os promotores, a organização criminosa estaria dividida em três núcleos.
O primeiro tinha a tarefa de nomear pessoas para ocupar cargos em comissão na Alerj em troca do repasse de parte dos seus salários. O segundo, de acordo com o MP, tinha a função de “recolher e distribuir os recursos públicos desviados do orçamento da Alerj cuja destinação original deveria ser a remuneração dos cargos”. Já o último núcleo seria formado pelo assessores que concordaram em ser nomeados sob compromisso de repassar mensalmente parte de seus salários aos demais integrantes da organização criminosa.