Viana: se os líderes mundiais não firmarem um documento estabelecendo limites para esse modelo de produção e consumo nosso, vamos comprometer a vida no planetaEnfrentar as graves consequências das mudanças climáticas e do aquecimento global é uma tarefa não apenas dos governos centrais, mas também do poder local. Os municípios precisam construir novas formas de governança para fazer frente a essa ameaça, alertou o senador Jorge Viana (PT-AC). Em pronunciamento ao plenário, nesta terça-feira (10), o parlamentar relatou um importante encontro sobre o tema com representantes de entidades não governamentais, instituições públicas e sociedade civil da tríplice fronteira Peru-Bolívia-Brasil.
Viana destacou que a questão há muito já ocupa os debates e formulações de organizações multilaterais, como as Nações Unidas, que desde 2009 conta com uma estrutura para cuidar dos desastres naturais. A mudança climática já verificada no planeta, porém, precisa de atenção de todas as esferas de poder, já que ela é resultado da atividade humana e deter o desastre é um desafio que deve ser levado em conta em qualquer planejamento.
Um dado divulgado na última segunda-feira atesta que a Terra já registra um aumento de 1,02% grau em sua temperatura. “Se chegar a 4%, os oceanos vão ter um incremento de um metro no seu nível”, afirmou Viana. Seria o suficiente para que as cidades litorâneas do País ficassem completamente debaixo da água. “Nós estamos correndo risco, a humanidade está correndo risco”, alertou.
Para que não se imagine que os avisos sobre as calamidades decorrentes do aquecimento da terra são apenas enredo de filmes-catástrofe, o senador recordou os transtornos enfrentados periodicamente pelos estados da Amazônia, assolados por enchentes ou secas. A maior metrópole brasileira, São Paulo, vem vivendo a permanente ameaça de ficar sem água. “Ninguém pode fazer as contas de quanto sairia, para a economia mundial, o custo de uma adaptação à mudança do clima”, resumiu o senador.
“O custo para a agricultura, por exemplo, seria altíssimo. Seca para quem produz, para quem cria é a pior ameaça. Excesso de chuva também. Nada sobrevive a isso”. Antes que o mal se concretize, ponderou Viana, é melhor que governos e sociedade busquem alternativas que assegurem a redução das emissões de gases de efeito estufa para que o aumento da temperatura não ultrapasse 2 graus.
O senador manifestou esperança de que na Conferência do Clima (COP-21), marcada para o próximo mês, em Paris, os governos dos diversos países participantes consigam firmar um compromisso de redução de emissão dos gases do efeito estufa. “Se o mundo não firmar um documento com redução das emissões, se os líderes mundiais não firmarem um documento estabelecendo limites para esse modelo de produção e consumo nosso, vamos comprometer a vida no planeta, a vida humana. Porque o desastre da biodiversidade será inevitável, a mudança no clima vai levar à extinção espécies. Se levar espécies em extinção, vamos ter danos enormes para a produção de alimentos e aí vamos agravar o problema da fome no mundo”, concluiu.
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