O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou na tarde desta terça-feira (22/05), em discurso na tribuna, que a presidenta Dilma tem mostrado sua personalidade corajosa ao propor mudanças estruturais na economia brasileira, num momento em que países europeus enfrentam uma série crise financeira. “A coragem e a firmeza dessa mulher em relação à Taxa Selic, ao entrar no debate da poupança, ao dialogar com as pessoas da sua base, quando todos diziam que teria perda política, ela enfrentou. O debate sobre os spreads bancários também é corajoso”, disse o parlamentar ao elogiar a postura da presidenta em mexer em temas que até pouco tempo atrás eram considerados tabus – alterar a fórmula de cálculo da poupança e combater os elevados spreads bancários.
Segundo Lindbergh, a presidenta está tendo uma postura firme não apenas nos assuntos internos. Nos fóruns internacionais de que participou, foi precisa ao dizer para lideranças dos países desenvolvidos que a saída para a crise enfrentada por suas nações não está nesses planos de austeridade que cortam benefícios sociais, reduz os investimentos e que geram recessão. “É preciso buscar o crescimento. Nós temos a experiência brasileira que foi o governo do presidente Lula que colocou 40 milhões de pessoas na classe média e 28 milhões de pessoas saíram da pobreza absoluta. Foram criados 17,5 milhões de empregos nesses últimos nove anos e nós conseguimos alcançar uma política de crescimento porque houve inclusão social”, disse.
Diante desse panorama, o senador enfatizou que a presidenta Dilma era praticamente uma voz isolada, porque a cartilha adotada pelos países que estão em crise só dispõem do instrumento da austeridade fiscal. Por esta razão, disse otimista com a vitória do Partido Socialista nas eleições francesas. O novo presidente François Hollande, observou Lindbergh, foi eleito com o discurso de que para sair da crise é preciso encontrar outro caminho, que combine consolidação fiscal com o crescimento.
Em seus discurso, Lindbergh leu a íntegra do artigo “A estadista em construção” publicado na Folha de S. Paulo pelo economista Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso, no qual afirma que a presidenta Dilma poderá ser uma nova estadista, agora em um contexto democrático, se lograr vencer dois grandes males brasileiros: a corrupção de suas elites e a armadilha da alta taxa de juros e do câmbio sobrevalorizado.
