Mobilização nacional

Mulheres lideram greve contra a Reforma da Previdência

"O direito à dignidade é a luta que temos de empreender no Congresso Nacional; a greve de amanhã é só o começo”, anunciou Adelmo Leão (PT-MG)
Mulheres lideram greve contra a Reforma da Previdência

Foto: Alessandro Dantas

A participação expressiva das mulheres na paralisação mundial do Dia Internacional da Mulher, comemorado dia 8, contribuiu para engrossar a adesão de diversas categorias profissionais para a greve geral marcada para esta quarta-feira (15) em todo o Brasil.

De acordo com Celina Areas, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, a greve ultrapassou a fronteira inicialmente liderada pela CNTE. “Vários sindicatos de professores, municipais e estaduais, de universidades também, decidiram aderir à greve geral. Depois chegaram outras categorias”, informou Celina durante reunião da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Trabalho e Previdência Social nesta terça-feira (14).

O deputado Vicentinho (PT-SP), responsável pela frente na Câmara dos Deputados – o senador Paulo Paim (PT-RS) responde pelo Senado – disse que em São Paulo os bancários, os eletricitários, os metalúrgicos e os trabalhadores dos transportes e do Metrô vão parar. Outras categorias também estarão presentes.

A representante da CUT, Virgínia Berriel, reportou que a CUT e outras seis centrais sindicais de diversas categoriais vão cruzar os braços contra as reformas da Previdência e Trabalhista. Segundo ela, cresce a cada dia de norte a sul do País, entre os trabalhadores, o sentimento negativo sobre o futuro de seus direitos e de seus filhos.

O deputado Adelmo Leão (PT-MG) alertou para a necessidade de barrar os ataques aos direitos sociais, previdenciários e trabalhistas. Em sua avaliação, Vicentinho e Paim estão corretos quando recomendam às pessoas a cobrança de um posicionamento público dos deputados governistas interessados em votar justamente contra os direitos de seus eleitores.

“As duas reformas são anticivilizatórias. O direito à dignidade é a luta que temos de empreender no Congresso Nacional. A greve de amanhã é só o começo”, anunciou Adelmo Leão.

O presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Carlos Silva, disse que os ataques aos direitos sociais pelo governo de Michel Temer vêm de todos os lados, principalmente contra a Justiça do Trabalho. Ele contou que nos próximos dias um estudo sobre os riscos da reforma trabalhista será apresentado. Conterá as ponderações e riscos das reformas que estão ligadas entre si, a previdenciária e a trabalhista.

Segundo ele, o projeto de Lei 6787/2016 está como um bode na sala, até porque há no Congresso Nacional 2.317 propostas sobre mudanças trabalhistas em tramitação. “Se uma não passar, vão tentar outra”, opinou.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse ser inacreditável o momento pelo qual o Congresso Nacional e o Brasil passam. “Parece que o Congresso Nacional se especializa no ataque ao trabalhador. É um absurdo este Congresso aplaudir a tentativa do governo em não divulgar a lista das empresas que não recolhem para previdência ou a lista negra das empresas exploradoras do trabalho escravo. Pior é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defender o fim da Justiça do Trabalho”, enfatizou, lembrando que o governo golpista de Temer extinguiu o Ministério da Previdência Social.

Ataques

Carlos Silva, do Sinait, lembrou de recente ataque do ministro do STF, Gilmar Mendes, quando disse que a Justiça do Trabalho é como um castelo em defesa dos trabalhadores e não em defesa as empresas. “A política para esvaziar a justiça trabalhista é formada por um tripé, atacando primeiro os auditores fiscais do trabalho; depois o Ministério Público do Trabalho e, finalmente, o Tribunal Superior do Trabalho”, denunciou. Na prática, se as reformas da Previdência e Trabalhista forem aprovadas, o Brasil vai andar para trás, resgatando o trabalho escravo e decretando o fim da aposentadoria, tudo junto ao mesmo tempo.

Leia o manifesto da CNTE sobre a greve geral

Sessão da Câmara marcou lembrança da Chacina de Unaí contra auditores do trabalho

Reprodução autorizada mediante citação do site PT no Senado

To top