Ao contrário da gestão Temer, que relega as mulheres a papéis secundários, a Bancada do PT no Senado escolheu duas parlamentares para presidir comissões da Casa. Pelos próximos dois anos, as senadoras Regina Sousa (PT-PI) e Fátima Bezerra (PT-RN) irão comandar, respectivamente, as comissões de Direitos Humanos (CDH) e de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR).
A líder do PT do Senado, Gleisi Hoffmann (PR), anunciou nesta quinta-feira (9) os nomes de Regina e Fátima para ficarem à frente dos dois colegiados. Elas foram escolhidas por unanimidade pela Bancada.
“É de novo o Partido dos Trabalhadores mostrando o comprometimento que tem com a política de gênero. É a vez das mulheres participarem, de forma cada vez mais sistemática e forte, das decisões políticas do nosso País”, disse Gleisi, eleita recentemente para liderar a Bancada do partido no Senado.
Fátima Bezerra também ressaltou o compromisso do PT com a construção da igualdade de gênero. “É um gesto importante para valorizar e promover a participação política das mulheres”, aponta a senadora.
No Senado, apenas 16% das cadeiras são ocupadas por mulheres, mas no PT a realidade é outra. Dos 10 senadores da sigla, quatro são mulheres e agora três ocupam cargos de destaque: as presidências dos colegiados e a liderança do partido.
A CDH e a CDR foram selecionadas pelo PT para serem presididas por parlamentares da sigla. O direito é garantido a partir do critério da proporcionalidade. Por integrar o quarto maior bloco parlamentar do Senado (Resistência Democrática, que conta com os dez senadores da legenda e um do PDT), o partido teve direito a escolher o comando de duas comissões.
Assista o anúncio feito pela senadora Gleisi Hoffmann:
Alternativas à crise
Fátima Bezerra avalia que a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo pode ser uma importante trincheira na formulação de alternativas para a atual crise que o País atravessa.
Na presidência do colegiado, Fátima pretende trazer a sociedade para debater propostas que possam contribuir para superar os efeitos mais perversos da recessão econômica. “Dois pontos fundamentais na agenda, de antemão, serão o combate ao desemprego e formas de reverter o corte de investimentos”. A parlamentar também quer debater a reforma da Previdência de Temer e a já anunciada reforma trabalhista.
Tribuna das minorias
Para a senadora Regina Sousa, a Comissão de Direitos Humanos precisa ser a tribuna das minorias e dos segmentos da sociedade que não têm espaços institucionais para se expressar.
“A CDH é para dar visibilidade aos invisíveis. E não só às minorias, porque as mulheres não são minoria, embora sejam tratadas como tal”, disse Regina. Ela garantiu que negros, indígenas, LGBTs e tantos outros grupos continuarão a encontrar na CDH do Senado o espaço para debater suas pautas.
* Com a colaboração de Cyntia Campos
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