As mulheres são as mais prejudicadas pelas medidas que sucederam o golpe que retirou a presidenta Dilma Rousseff do poder em 2016. É o que apontam especialistas em diferentes áreas do conhecimento, como urbanismo, Direito Penal, saúde pública e feminismo, ouvidas pela reportagem do Brasil de Fato.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada no dia 28 de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que as trabalhadoras brasileiras continuam recebendo cerca de 75% a menos do que os homens recebem. Paralelamente, elas dedicaram 73% a mais de horas a cuidados de pessoas ou afazeres domésticos do que os homens, segundo dados de 2016.
A mesma pesquisa apontou que o país fechou o ano com um índice de desemprego maior para as mulheres (13,4%), do que para homens (10,5%).
“Esse governo neoliberal do Temer quer destruir qualquer possibilidade de uma vida de igualdade e liberdade para as mulheres, e quem mais sofre com ele acaba sendo quem está mais na ponta e tem o trabalho mais super-explorado, no caso, as mulheres negras das periferias e comunidades rurais. São quem acabam sendo as mais atingidas pelas políticas de austeridade”, afirma Carla Vitória, integrante da Sempreviva Organização Feminista (SOF).