Senadora questionou postura de grandes veículos de comunicação em relação a recentes temas políticos
Fátima: “uma mídia que se porta como o maior e verdadeiro partido de oposição do Brasil, que quer ser a protagonista e decidir os rumos da Nação”O Brasil enfrenta o ápice de um processo de desvirtuamento da política promovido pela mídia hegemônica e que é extremamente prejudicial à democracia, avalia a senadora Fátima Bezerra (PT-RN). Em pronunciamento ao plenário nesta terça-feira (4), ela alertou para os resultados catastróficos que costumam vir desse tipo de movimentação. “Na democracia, qualquer solução para os problemas deve passar necessariamente pela política. A história nos dá vários exemplos de como, todas as vezes que a política foi contornada, o resultado foi a tragédia”.
Fátima questionou a postura assumida pelos grandes veículos de comunicação — “uma mídia que se porta como o maior e verdadeiro partido de oposição do Brasil, que quer ser a protagonista e decidir os rumos da Nação” — e lamentou que setores da política apoiem esse tipo de processo, em busca de circunstanciais dividendos políticos e eleitorais.
A senadora citou o exemplo do jornal O Globo, que em editorial da semana passada, a pretexto de desqualificar um manifesto de intelectuais e artistas em defesa da Petrobras e um ato em apoio à estatal, explicitou claramente o que está por trás da campanha contra a maior empresa brasileira. “O editorial, na verdade, não passava de uma defesa da mudança do regime de partilha do pré-sal para o regime de concessão para empresas estrangeiras. Enquanto brasileiros defendem nosso maior patrimônio, que é a Petrobras, um jornal do maior grupo de mídia do Brasil defende a entrega de nosso passaporte para o futuro para empresas estrangeiras”, lamentou.
No editorial citado por Fátima, o jornal da família Marinho deixa claro “que o interesse maior está longe de ser o efetivo combate à corrupção, mas sim destruir a imagem da Petrobras, desmontá-la, a fim de mudar o regime de partilha”. É graças a essa modalidade, que assegura sempre que a União receberá uma parte das riquezas decorrentes da exploração do pré sal, que o Brasil terá recursos para bancar educação e saúde de qualidade para todos os brasileiros. “A mídia oposicionista e os políticos que a representam estão muito mais interessados em seguir a lógica e o interesse do mercado do que em defender o interesse nacional, que é o interesse do povo brasileiro. Pior do que isso: defender interesses estrangeiros em detrimento do povo brasileiro”, denunciou a senadora.
Fátima chamou a atenção para o inconformismo das elites com um projeto político voltado para as maiorias à frente do Executivo. “Jamais aceitaram na condução do Brasil um ex-metalúrgico, como não aceitam uma mulher na Presidência do País. As elites deste País nunca aceitaram e nunca aceitarão um governo trabalhista. Daí que o discurso moralista exaustivamente utilizado à época para tirar do poder Getúlio Vargas e João Goulart segue hoje nas mesmas trilhas e nos mesmos moldes”, destacou. O resultado é o discurso de ódio e a indignação seletiva, em que escândalos como o mensalão mineiro, que se arrasta na Justiça desde 1998, e até mais recentemente a Operação Sinal Fechado, “são tratados como fatos menores e até mesmo aceitáveis aos olhos desses falsos moralistas”.
Fátima reafirmou seu apoio incondicional à imprensa livre, essencial à democracia. “Da imprensa não esperamos que seja neutra, imparcial, de maneira nenhuma; basta que não imponha sua versão partidarizada, com verdades pretensamente absolutas e pensamento único”.