Em artigo assinado para a revista inglesa Economist, uma das publicações de maior prestígio e credibilidade no mundo, a presidenta Dilma Rousseff defendeu o modelo brasileiro como parte da solução da crise que assola os países mais ricos. Para a presidenta, os estados devem ter maior poder de autonomia para interferir na economia. Além deste ponto central, que colide com a ideologia neoliberal, Dilma defendeu ainda a ampliação da política de transferência de renda que vem adotada pelo Brasil, desde o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como um antídoto eficaz contra a estagnação econômica.
Dilma afirma, em seu artigo, que os governos devem agir para evitar a instabilidade econômica e a desigualdade de renda provocadas por mercados sem regulação. “O acúmulo de dívidas não substitui o aumento de salários, e a autorregulação do mercado não substitui a regulação governamental”, escreveu a presidenta. “O mundo rico agora busca um modelo econômico mais equilibrado e existem algumas políticas comuns que todos deveríamos perseguir em 2012 para construir democracias sustentáveis e inclusivas.”
Ela também cobra reforma de instituições multilaterais, como a ONU, o FMI e o Banco Mundial. “Os países em desenvolvimento precisam ser ouvidos, e suas preocupações e contribuições devem ser levadas em consideração”, resumiu.
O artigo da presidenta do Brasil integra a última versão do tradicional suplemento da revista lançado no final do ano – “The world in 2012”, a mais recente edição de um projeto anual da “Economist” com previsões e comentários sobre a economia e a política mundiais.
Com informações da Agência Estado