Na Mídia: “A privataria tucana” – O livro invisível

O principal site de monitoramento e análise de mídia do Brasil, o Observatório da Imprensa, traz artigo do jornalista Luciano Martins Costa, com base no comentário do programa de rádio do Observatório, tratando sobre a ação premeditada da mídia hegemônica de ignorar o livro “A privataria tucana” – apesar do livro já constar entre os mais vendidos do País e ter se tornado um dos principais temas das redes sociais na internet.

Recomenda-se a leitura não só do artigo “O livro invisível”, como também de outros textos que, entre outras coisas, mostram a escancarada indisposição da mídia hegemônica contra o autor do livro – justamente ele, ganhador de cerca de trinta prêmios de excelência jornalística.

O texto é atualíssimo, trazendo, inclusive, a primeira reação do ex-governador de São Paulo e candidato derrotado à Presidência em 2004 e 2010, José Serra, publicada na noite de terça-feira (13/12), no site Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo. Serra classificou como “lixo” e, para quem gosta de ser enganado, declarou que não leu.

Leia abaixo o resumo do texto do jornalista Luciano Costa e acompanhe outras reportagens do Observatório da Imprensa, acessando o site pelo link ao pé desta página.

O espetacular lançamento do livro ‘A privataria tucana’, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., certamente um dos mais velozes fenômenos de venda da indústria brasileira de livros, produz outras circunstâncias estranhas, além do escancarado constrangimento da chamada grande imprensa: o autor e a editora foram vítimas de uma pirataria militante, com a distribuição ilegal de cópias digitais da obra. (…)

O publisher e sócio da Geração Editorial, Luiz Fernando Emediato, foi informado pelas redes sociais da derrama de exemplares pirateados quando o sistema paralelo de distribuição e venda já se configurava como uma ação viral – quando determinado tema entra simultaneamente entre os tópicos mais vistos da internet, através de sites, blogs, redes de relacionamento e sistemas de mensagens curtas, tornando-se quase impossível contê-lo.

Ao longo da terça-feira, o esforço da Geração Editorial ainda não havia conseguido bloquear o sistema paralelo de vendas, o que teoricamente deveria aumentar o interesse jornalístico por esse fenômeno do mercado editorial.

Não aconteceu
O sucesso estrondoso do livro criou uma situação inusitada: ele se instalou rapidamente no topo do ranking de vendas da Livraria da Folha na semana, enquanto a Folha de S.Paulo seguia ignorando sua existência.

O leitor há de ficar atento à listagem dos livros mais vendidos na revista Veja, para verificar se o mistério se repete: um livro campeão de vendas que a imprensa considera inexistente.

Em entrevista à Agência Carta Maior, Luiz Fernando Emediato disse acreditar que a grande imprensa vai entrar em breve no debate que se seguiu à publicação, por causa do grande interesse demonstrado pelo público através das redes sociais e da mídia online.

Mas a chamada grande imprensa seguiu desprezando o acontecimento jornalístico mais interessante da temporada, assim como se calaram os principais personagens da história. Para os jornais, “A privataria tucana” é um livro invisível. É como se os editores acreditassem que aquilo que não sai na imprensa tradicional nunca aconteceu.

Apostando no silêncio
Emediato dizia esperar que o ex-governador José Serra viesse a público a qualquer momento para se justificar, uma vez que não é acusado diretamente dos crimes citados na reportagem. “Mas falar que não sabia das movimentações milionárias da filha, é algo difícil de acreditar”, afirmou. (…)

Pelo menos dois colunistas da Folha de S.Paulo e uma colunista do Estadão estavam digerindo o livro na terça-feira.

O ex-governador José Serra, principal personagem da reportagem, resolveu sair do mutismo e declarou ao site do Estadão, no fim da tarde de terça-feira (13), que não se manifestaria sobre o assunto. “Vou comentar o que sobre lixo? Lixo é lixo”, teria dito Serra, segundo a site do jornal paulista. (…)

Serra parece confiante de que, se a grande imprensa não noticiar, a onda vai passar.

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