Na mídia: Brasil recebe 41% dos investimentos externos da AL

Matéria do jornal Brasil Econômico revela que o Brasil foi responsável pela captação de 41% do total de US$ 173,36 bilhões que foram destinados à América Latina e ao Caribe em 2012; região tornou-se mais atrativa com a desaceleração global. Para 2013, a Cepal projeta que as entradas de IED na região oscilem entre US$ 167,9 bilhões e US$ 185,2 bilhões.

Lei a íntegra da matéria:

Brasil puxa recorde latino em investimentos estrangeiros

O Brasil foi o principal destino dos investimentos estrangeiros diretos (IED) ingressados na América Latina e no Caribe em 2012, recebendo 41% do fluxo dos recursos, no montante de US$ 65,3 bilhões, segundo relatório da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal).

Como um todo, a região recebeu US$ 173,361 bilhões no ano passado, 6,7% a mais que em 2011, apesar da redução do total desses fluxos em um cenário global de crise. Já o Brasil, mesmo mantendo a posição de liderança regional também conquistada no ano passado, registrou uma queda de 2% em relação a 2011.

Para 2013, a Cepal projeta que as entradas de IED na região oscilem entre US$ 167,9 bilhões e US$ 185,2 bilhões.

“A amplitude da variação decorre da incerteza sobre a concretização, durante 2013, de uma grande aquisição empresarial transfronteiriça”, destaca o relatório.

Esse contexto, segundo o documento, refere-se à venda do grupo Modelo (cervejaria mexicana) para a fusão belgo-brasileira Anheuser-Busch InBev, maior produtora mundial de cerveja. A transação chega a US$ 20 bilhões.

Os lucros das empresas transnacionais que operam na América Latina e no Caribe (também denominados renda do IED) aumentaram 5,5 vezes em nove anos, passando de US$ 20,4 bilhões em 2002 para US$ 113,1 bilhões em 2011. Em média, as empresas transnacionais repatriam às suas matrizes uma proporção de seus lucros ligeiramente superior (55%) à que reinvestem nos países da região em que foram geradas (45%).

Segundo o relatório da Cepal, o investimento estrangeiro direto vai se direcionando cada vez mais para a exploração de recursos naturais, particularmente na América do Sul. E, na trajetória contrária, o peso da manufatura tem se mostrado bastante limitado nas entradas de IED na região, à exceção do Brasil e do México.

Em nota, a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, destacou que os resultados obtidos consideram “o bom momento que atravessa a economia da América Latina”, apesar do contexto externo de acentuada redução desses fluxos mundiais. Ela acrescentou que “não vê indícios muito claros de uma contribuição relevante do IED à geração de novos setores ou à criação de atividades de alto conteúdo tecnológico”, segundo a publicação.

Crescimento consistente atrai captação de investimento

É o potencial de crescimento expressivo apresentado cada vez com mais clareza pelos países da América Latina que tem incentivado o aumento da captação de investimentos pela região, segundo Cristina Helena Pinto de Mello, professora de Economia da ESPM.

“Há uma mudança em termos relativos de atratividade. Investimentos que seriam destinados às economias europeia e americana são aportados em outras localidades, porque essas regiões perderam atratividade.”

Na avaliação de Cristina, o Brasil ainda é um país bastante atraente em termos regionais, mas tem perdido “um pouco de brilho” diante de outras economias da região.

“Nosso tamanho, nosso mercado doméstico, nosso potencial de crescimento e a velocidade do nosso consumidor ainda nos colocam como polo atrativo. Já fomos mais atraentes. Isso mudou porque são cada vez mais evidentes as dificuldade políticas para fazer as reformas necessárias e estabelecer um crescimento mais significativo”, diz a especialista.

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