Na mídia: Dilma, a grande estrela da Cúpula Ibero Americana

A presidenta Dilma Rousseff, tratada como personagem de destaque, fala ao jornal espanhol “El País” e dá lições para o mundo.

 

O jornal espanhol El País – maior diário espanhol –  publicou, neste domingo (18/11), uma longa entrevista com a presidenta Dilma Rousseff. Tratada como a grande estrela da Cúpula Ibero Americana, em Cádiz, na Espanha, ela aproveita a conversa com o jornalista Juan Luis Cebrián para dar lições a um país em crise que, até há bem pouco tempo, tratava o Brasil como personagem importante na reconquista espanhola da América Latina: “É preciso pagar as dívidas, mas também é preciso tempo para que os países o façam em condições sociais menos adversas; não apenas por razões éticas, mas também econômicas”, disse Dilma.

O título da matéria – “Dilma, la fuerte” (Dilma, a forte) deixa clara a admiração dos espanhóis e do mundo pela forma com que a brasileira conduz seu governo e a economia do Brasil.O espaço dedicado a Dilma no El Pais é um retrato dos novos tempos.  No texto de abertura, o autor da matéria destaca que Dilma é hoje considerada uma das três mulheres mais poderosas do mundo, ao lado de Hillary Clinton, secretária de Estado dos Estados Unidos, e Angela Merkel, chanceler alemã.

O mais impressionante é lembrar que, até há muito pouco tempo, a  Espanha e suas empresas  olhavam para o Brasil do alto de sua superioridade econômica. Hoje, com o país em crise e desemprego em alta, o ex-gigante ibérico passa o chapéu e  pede ajuda ao Brasil para que invista no outro lado do Atlântico e conceda vistos a profissionais qualificados.

Ao editor Cebrián, a presidente brasileira enviou mensagens importantes sobre como enfrentar a crise. “O problema europeu não é seu estado de bem-estar social, mas sim o fato de terem aplicado soluções inadequadas contra a crise, que resultaram num empobrecimento da classe média”, disse Dilma. “Se continuarem assim, vocês produzirão uma recessão generalizada”.

Mas a presidenta também relembra um passado de equívocos em seu próprio território. “Nós vivemos isso. O Fundo Monetário Internacional nos impôs um processo que chamaram de ajuste e agora definem como austeridade. Era preciso cortar todos os gastos, tanto correntes como de investimento. Esse processo gerou a quebra de praticamente toda a América Latina na década de 80”.

Dilma disse ainda que o euro é um projeto inacabado, apontando o que talvez seja a saída para a Espanha – uma autonomia monetária maior, que permita ao país maior flexibilidade para enfrentar a maior recessão de sua história. E deixou o que talvez seja a grande marca de seu governo: “distribuir renda é uma exigência moral, mas também uma premissa para o crescimento.”

O texto recorda que, embora a chegada do primeiro presidente-operário ao cargo máximo do Brasil tenha feito o mundo esperar por um terremoto, o que se viu foi que as classes menos favorecidas experimentaram um sentimento de autoestima jamais visto. “Era todo um símbolo da nova política de inclusão social que já  o projeto consolidado por Dilma : fazer do Brasil um país de classes médias, não só no que se refere aos padrões de vida, mas ao nível educacional e de consciência da população”.

Confira a íntegra em Espanhol da entrevista 

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