Na mídia: Tereza Campello critica preconceito com o Bolsa Família

Segundo a ministra, 70% dos beneficiários do programa trabalham.


“Todo o nosso esforço é para qualificar
essa população”

Segundo Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, as pessoas imaginam que quem é pobre está nessa situação porque não quer trabalhar. “Isso não é verdade, a maioria trabalha”; ela lembrou dados que mostram que entre os adultos beneficiários do Programa Bolsa Família, 70% trabalham. “Eles trabalham muito mais do que nós mesmos”.

Leia a íntegra da matéria:

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, criticou o que chamou de um dos mitos que envolvem a pobreza. Segundo ela, as pessoas imaginam que quem é pobre está nessa situação porque não quer trabalhar. “Isso não é verdade, a maioria trabalha”, disse.

Durante o evento Um Mundo sem Fome: Estratégias de Superação da Miséria no Brasil e na África, na capital paulista, Tereza Campello lembrou dados que mostram que entre os adultos beneficiários do Programa Bolsa Família, 70% trabalham. “Eles trabalham muito mais do que nós mesmos, trabalham de sol a sol, no Nordeste por exemplo, e mesmo assim não conseguem o suficiente para sair da linha da pobreza”.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) demonstram um crescimento na quantidade de beneficiários com carteira assinada, passando de 16,8% em 2005 para 23,6% em 2011. No mesmo período, houve um salto ainda maior naqueles que realizam a contribuição previdenciária, indo de 25,5% para 34% nos seis anos. A publicação Radar, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), também divulgada no semestre passado, corrobora esta constatação: 7% dos empresários individuais são também beneficiados pelo Bolsa Família. Enquanto 38% dos chefes de família elegíveis para o Bolsa Família trabalham por conta própria.

O governo, segundo Tereza, foca em estratégias para que esses beneficiários conquistem a independência em relação ao programa, já que caso o Bolsa Família deixe de existir, essas pessoas retornariam à situação de pobreza. “Todo o nosso esforço é para qualificar essa população”, reforçou.

De acordo com a ministra, o país era carente de cursos de qualificação profissional, como os do Sistema S (entre eles Senai, Senac, Sesc, Sesi), voltados à camada da população composta por pessoas de baixa escolaridade. Ela disse que, antes, para se formar como pintor, jardineiro ou auxiliar de cozinha, por exemplo, era necessário ter ensino médio. Mas esse cenário mudou, ressaltou.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também participou do evento, concordou com as afirmações da ministra e criticou o preconceito vivido pelos beneficiários do Bolsa Família. “Ainda tem gente que acha que dar dinheiro para pobre é criar vagabundo”, declarou.

Lula destacou a necessidade de buscar pessoas que vivem com renda abaixo da linha da pobreza e que ainda não integram o programa federal. “Ninguém tem orgulho de dizer que passou fome, as pessoas têm vergonha de reconhecer”.

Agência Brasil

Foto: Agência Brasil

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