Com o Orçamento Público cada vez mais arrochado, o governo está retardando a concessão de pedidos de aposentadorias e pensões da Previdência para fazer frente a outras despesas sociais, como o pagamento da 13ª parcela aos beneficiários do Bolsa Família, em dezembro, aponta reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.
O Ministério da Economia, chefiado por Paulo Guedes, admitiu que remanejou recursos que seriam destinados aos aposentados. Também informou que contava com a economia de verbas decorrente da protelação da concessão de novas aposentadorias para pagar outras despesas.
“É a volta da cruel fila do INSS que meu governo tinha acabado”, lamentou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os principais prejudicados, lembra ele, “são os idosos e os mais pobres do nosso País, que precisam ter seus direitos respeitados”.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), destacou que sem a retirada dos recursos do INSS para pagar as aposentadorias, cerca de 1 milhão de famílias ficariam sem a 13ª parcela do Bolsa Família, promessa de campanha de Bolsonaro.
A reportagem da Folha revela que o governo considerou que gastaria menos com benefícios previdenciários em 2019. Uma das razões é o “atraso do INSS para responder a pedidos de aposentadorias e pensões.
“Essa demora vem prejudicando idosos que aguardam uma reposta do INSS. Com esse represamento na análise [da concessão das aposentadorias], houve uma folga no orçamento da Previdência”, prossegue o jornal paulista.
Mesmo cortando dos idosos que precisam se aposentar, os programas sociais continuam minguando sob o governo Bolsonaro. A cobertura do Bolsa Família, por exemplo, registrou seu menor número de 2019 no mês de dezembro, com 13,1 milhões de famílias atendidas, enquanto 700 mil famílias pediram o auxílio e deixaram de ser atendidas.