“Não há gravações que envolvam Rosemary”, diz ministro Cardozo

"Teve veículo de comunicação que atribuiu a mim uma fala dizendo que houve interceptação dela e isso não é verdade", disse Troncon da PF em SP.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, garantiu aos deputados que integram as comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado  e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados que  não existem telefonemas entre a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não existem essas gravações, eu não sei de onde foi tirado isso”. De acordo com ele, se alguém realizou esses grampos, foi de forma ilegal. Em seguida, o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Roberto Troncon Filho, disse não havia motivo para que Rosemary tivesse qualquer conversa telefônica interceptada durante as investigações que resultaram na Operação Porto Seguro.”Não havia justa causa, uma motivação plausível para que a autoridade policial pedisse (a quebra do sigilo). Teve veículo de comunicação que atribuiu a mim uma fala dizendo que houve interceptação dela e isso não é verdade”, afirmou.

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Em relação ao fato publicado no domingo pelo deputado Anthony Garotinho em seu blog, sobre Rosemary ter chegado a Portugal com 25 milhões de euros numa mala diplomática, durante uma viagem com Lula, Troncon demonstrou estranhar a veracidade dos fatos, afirmando que para carregar essa quantia seria necessário um contêiner diplomático, e não uma mala. E afirmou que a PF não possui qualquer informação a respeito e pediu a ajuda de Garotinho para esclarecer a denúncia. Antes, o ministro Eduardo Cardozo declarou que história era “fantasiosa”, assim como os telefonemas; “Não sei de onde vem tanta especulação”. O ministro  disse que chega a ser difícil visualizar essa quantia de dinheiro, que só poderia ser carregada por meio de num carro-forte. “Não sei de onde vem tanta especulação”, declarou.

Rosemary foi responsável pela nomeação de Paulo Vieira para a diretoria da Agência Nacional de Águas (ANA) e de seu irmão, Rubens Vieira, para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Paulo Vieira é acusado de liderar o grupo que supostamente vendia pareceres de órgãos públicos para beneficiar empresas.

Cardozo disse que dentre os cinco indiciados pela Polícia Federal por formação de quadrilha, ninguém trabalha na Presidência da República. “Portanto, não se pode dizer que há uma quadrilha de crime organizado no seio da Presidência da República”, disse Cardoso. O ministro disse ainda que, desde que tomou conhecimento do caso, a presidente Dilma Rousseff solicitou dele uma análise sobre os indiciamentos. “A partir dessa análise, a presidente determinou as exonerações dos envolvidos e uma reanálise de todos os pareceres emitidos pelos órgãos suspeitos de terem participado do esquema”, completou.

Com informações das agências de notícias

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