Não há motivo para romper com o PSB, diz Rui Falcão

Não há motivo para romper com o PSB, diz Rui Falcão

 

“Nós já nos decidimos pela candidatura própria
do senador Lindbergh Farias. Não seria correto
disputar a eleição permanecendo no governo
que queremos substituir”

O presidente do PT, Rui Falcão, fez uma correção às notícias publicadas na imprensa de que o partido teria dado um ultimato ao PSB que decidiu sair da base de sustentação ao governo da presidenta Dilma. “O intuito da nossa nota da Comissão Executiva Nacional era exatamente dizer que não há qualquer motivo, desde que haja confluência programática nos estados e municípios, para que a gente rompa, nem para pedir os cargos para eles e nem eles para nós”, afirmou.

Na entrevista que concedeu a alguns jornalistas após a reunião com a bancada petista na Câmara, uma repórter insistiu: “isso não tem problema, o que eles acharam um ultimato é dizer que quem não está com a Dilma está no campo da oposição”. Rui Falcão observou à repórter que na própria nota está alinhado quem está contra, ou seja, o DEM, o PSDB e o PSDB. “Lá na nota não está incluído o PSB, a quem nos dirigimos dizendo que gostaríamos que permanecesse no nosso campo, conosco”, disse ele.

Outro repórter acrescentou se realmente não foi um ultimato, ao passo que Rui Falcão, novamente, garantiu: “claro que não. Não se dá ultimato em política para ninguém, muito menos com aliado”.

Um colunista político de televisão quis saber a opinião de Rui sobre a saída do PSB do governador do Ceará, Cid Gomes, anunciada hoje, porque pretende continuar apoiando o governo da presidenta Dilma. “Foi uma decisão dele, legítima. Ele está fundamentando porque faz isso, já que ele presume que o partido poderá ter uma candidatura própria. Como uma pessoa que tem orientação partidária, prefere sair do partido porque tem outra inclinação, que é apoiar a presidenta Dilma como sempre disse”, afirmou Rui.

Sobre como o PT está vendo o PSB, Rui Falcão disse que continuará insistindo para os dois partidos estarem juntos em 2014, embora reconhecendo que o PSB ou qualquer outro partido aliado tenha o direito de ter suas candidaturas para expressar um programa mais nítido do ponto de vista partidário ou ter uma candidatura majoritária para ter um crescimento maior. “Esse é um direito de qualquer partido. Nossa tentativa, nosso empenho é para que a gente possa estar junto em 2014”, repetiu.

Rio de Janeiro
Rui Falcão informou que dia 30 de novembro o Diretório do PT no Rio de Janeiro deverá se pronunciar sobre a saída do governo de Sérgio Cabral. “Essa decisão já foi informada a ele, sem nenhum rompimento na Assembleia Legislativa, por uma questão de lealdade e coerência, visto que o governador tem um candidato que é o vice-governador, e nós já nos decidimos pela candidatura própria do senador Lindbergh Farias. Não seria correto disputar a eleição permanecendo no governo que queremos substituir”, comentou.

Marcello Antunes

Foto: PT Nacional

Confira a nota da Comissão Executiva Nacional do PT, do dia 23 de setembro de 2013

NOTA DA COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL DO PT 

A Comissão Executiva Nacional do PT, reunida em São Paulo no dia 23 de setembro de 2013, a propósito da decisão do Partido Socialista Brasileiro – PSB de deixar de participar do governo federal, decide:

1) reafirmar que tanto agora quanto nas eleições de 2014, está em jogo a mesma disputa de projetos que marcou as eleições de 2002, 2006 e 2010;

2) que, portanto, tanto no primeiro quanto no segundo turno, a disputa colocará os partidos em dois campos distintos: um deles representado pelos avanços promovidos pelos governos de Lula e de Dilma, e outro, representado pelos governos hegemonizados pelo PSDB, DEM e PPS;

3) neste sentido, esperamos que o PSB se mantenha ao lado do projeto de mudanças que estão em curso no País;

4) onde o PT decidiu participar de governos dirigidos pelo PSB, assim como onde o PSB participa de governos dirigidos pelo PT, deve prevalecer o debate programático, mantendo a diretriz de que os cargos estão sempre à disposição;

5) orientamos nossos diretórios municipais e estaduais, assim como nossas bancadas, a fortalecerem o campo democrático popular, que em 2014 deverá reeleger a companheira Dilma presidenta.

São Paulo, 23 de setembro de 2013.

Comissão Executiva Nacional do PT

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