As armas de fogo “legalizadas” fizeram mais vítimas no país nesta segunda-feira (23/10): os disparos efetuados nesta manhã, em uma escola no bairro de Sapopemba, em São Paulo, vieram de um revólver pertencente ao pai do suspeito, um jovem de apenas 16 anos. Líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES) lamentou a tragédia e pediu um controle rigoroso sobre a liberação de armamentos no país.
“Escola não pode ser lugar de medo e violência. Meu abraço fraterno aos pais e amigos desses estudantes. É preciso fazer um controle rigoroso sobre a liberação de armas no Brasil. Não podemos virar um país de atentados”, aponta o senador.
Já o senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse ser “devastador ouvir notícias como essa” e cobrou medidas eficazes para evitar novas tragédias. “A violência nas escolas é um problema sério que afeta não apenas os alunos, mas toda a comunidade. Espero que medidas eficazes sejam tomadas para evitar tragédias como essa no futuro”, coloca.
De acordo com informações da Polícia Militar (PM) de São Paulo, o aluno apontado como sendo o atirador teria baleado três mulheres. Uma delas, baleada na cabeça, não resistiu aos ferimentos. Já as outras duas feridas não correm risco de morte. Uma quarta vítima ainda teria se ferido durante a fuga após o ataque.
A PM informa que a arma foi apreendida, pertence ao pai do suspeito e era legalizada.
Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o governo Lula foi acionado para ajudar nas investigações. “Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça foi acionado para auxiliar a Polícia de São Paulo a aprofundar as investigações”, disse.
O governo Lula tem atuado para reduzir a violência no país, especialmente nas escolas. Para este fim, a gestão anunciou no mês de abril um investimento de R$ 3,1 bilhões. O recurso vem sendo utilizado para aprimoramento de infraestrutura, compra de equipamentos de segurança e ações de formação e suporte à implantação de núcleos de apoio psicossocial nos colégios brasileiros.
Armas e violência
O número de armas de fogo legalizadas no Brasil disparou durante o governo Bolsonaro, chegando a 1,5 milhão de registros ativos em 2022. Especialistas apontam que isso deve contribuir para a violência nas próximas décadas, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo.
Para se ter ideia, das 47.508 mortes no ano passado, segundo dados do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 76,5% foram causadas por armas de fogo.
O índice é muito mais alto do que o registrado no resto do mundo, que é de 44%. Os dados são do relatório Global Burden of Armed Violence, da organização suíça Geneva Declaration.