Nas redes sociais, Gleisi Hoffmann comenta delação de Delcídio: “são fofocas”

Nas redes sociais, Gleisi Hoffmann comenta delação de Delcídio: “são fofocas”

Ontem não tive condição de abordar com profundidade este tema, que saiu com o furor de denúncia em toda a imprensa, trazendo inclusive citações ao meu nome. Estávamos votando uma matéria importante, a Lei de Responsabilidade das Estatais, voltada a garantir transparência, governança e prestação de contas desses órgãos com base nas melhores práticas de gestão. Eu estava responsável por nossa bancada para acompanhar a discussão e votação, o que nos manteve no plenário do Senado até quase às 22 horas.

Mas hoje quero falar sobre a delação de Delcídio, que foi recebida pela mídia e opinião pública como verdade absoluta e já divulgada em tom de condenação das pessoas citadas.

São 254 páginas de texto, com muitos comentários, ilações, avaliações, mas pouco de concreto, não se mostrando fatos temporais e situações que embasassem o que ele falou.

A meu respeito, que é sobre o que quero me deter para prestar esclarecimentos ao meu Estado e eleitores, os comentários feitos são de “roda de conversa”, sem nenhuma responsabilidade ou indício de qualquer ilícito. Estão mais para fofocas de “ouvi dizer”. Entretanto, viraram notícia com grande alarde nos meios de comunicação do Paraná, como se eu estivesse envolvida em um escândalo de desvios financeiros. São poucas as linhas em que Delcídio se refere a mim.

Antes de tudo, importante informar que o documento divulgado como delação do senador Delcídio foi uma prévia apresentada aos investigadores para a base da delação premiada que ele fez, oralmente, segundo a justiça. Todavia, pelo que sei, essa prévia não foi confirmada em seu depoimento, que foi gravado e onde o Senador apenas explicou que é isso que se ouve falar a meu respeito, e que não teria nada mais a acrescentar.

De qualquer forma, com base no que foi divulgado eu pergunto: Qual é o indício, prova de que essa tal de Consist “manteve” meu mandato ou atuou como braço financeiro? Era importante que o senador apontasse concretamente o fato que dá base a esse comentário, mostrasse as provas incontestáveis a que se referiu. Suas afirmações, como apresentadas, estão baseadas em notícias de jornais que já divulgaram esse tema e sobre os quais já dei explicações e informações. Reafirmo: não conheço, não tive e nem tenho nenhuma relação com a Consist.

E sobre a Itaipu, o que tem Delcidio para apontar? Não decidi sobre nenhum “claim” de obra. Todas as decisões sobre contratos eram tomadas pela diretoria da empresa com base em pareceres jurídicos. Desafio qualquer pessoa a apontar irregularidade praticada por mim em obras da Itaipu.

E Porto de Santos? Qual área que indiquei, negociei, intervi? É público e notório que coordenei na Casa Civil a elaboração do novo Marco Regulatório dos Portos, que aliás tem proporcionado muitos investimentos para o país.

Todas as propostas de licitações de áreas em portos organizados foram feitas pela Secretaria de Portos, com acompanhamento da Antaq. Enquanto eu era ministra da Casa Civil nenhuma licitação em porto organizado foi feita. Basta lembrar que o processo ficou dois anos no Tribunal de Contas da União. Foi liberado quase no final no ano passado, quando eu já estava no Senado.

Meu marido, Paulo Bernardo, não é meu operador financeiro. É meu marido, e como tal, colabora em tudo que faço, participando de minha vida no âmbito familiar e público.

Quanto às minhas relações de governo e de partido, tenho muitas, inclusive tinha com o senador Delcidio. Isso não quer dizer que participei ou compactuo de qualquer delito ou mal feito executado por essas pessoas.

Vou esperar a divulgação completa do vídeo que, infelizmente, vazou para a imprensa de forma seletiva.

Sobre isso, inclusive, estou apresentando Projeto de Lei que determina tornar público de imediato qualquer processo vazado seletivamente. 

Gleisi

 

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