A torcida contrária à iniciativa do governo da presidenta Dilma Rousseff de reduzir a tarifa da conta de luz era tanta que a forte estiagem se transformou num alarmante coro de especialistas nas últimas semanas de dezembro e do começo deste mês onde as previsões catastrofistas indicavam que o Brasil atual, que tem energia de sobra, corria o risco de conviver com os racionamentos que foram a marca registrada dos governos tucanos. Mas as fortes chuvas registradas nos últimos dois dias jogaram por terra as previsões dos analistas e de boa parte da mídia. Isto, porque o nível dos reservatórios das usinas melhorou substancialmente em todos os subsistemas do País e, em particular, no Triangulo Mineiro (Itumbiara, Nova Ponte, Emborcação e Furnas).
Apesar de o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reconhecer que as chuvas estão atrasadas – os pessimistas podem se apegar a esta observação – as usinas térmicas que entraram em operação estão despachando a carga de energia necessária para que as atividades industrial, comercial e a residência dos brasileiros continuem abastecidas satisfatoriamente. Portanto, na prática, informa o ONS, não há qualquer risco de racionamento.
As chuvas começaram tímidas na semana passada e o volume cresceu nos últimos dois dias. Assim, o nível dos reservatórios das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte melhorou gradativamente, passando de 28,3% para 28,6% de sua capacidade máxima de armazenamento. Ontem, por exemplo, a capacidade dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste estava em 29,8%, com alta de 1,2 ponto percentual em relação ao nível da última quinta-feira (10/01). No subsistema Norte, por sua vez, os reservatórios fecharam com 42,04% da capacidade máxima, dois pontos percentuais acima do fechamento de quinta-feira.
A maior precipitação no subsistema Sul fez aumentar em 2,4 pontos percentuais o nível dos reservatórios que estão com armazenamento correspondente a 49% da capacidade máxima. Agora, falta chover um pouco mais na área do subsistema Nordeste, onde os reservatórios estão com 29,3% da capacidade máxima.
Marcello Antunes, com informações da Agência Brasil