Ao participar da abertura do Fórum Ibas – Índia, Brasil e África do Sul – na manhã de hoje (18) em Pretória, capital sul-africana, a presidenta Dilma Rousseff convocou o mundo a se unir em torno de uma consolidação fiscal e coordenação macroeconômica e reiterou que os países em desenvolvimento podem e devem participar da construção de uma nova ordem internacional.
A presidenta brasileira afirmou que o Ibas demonstrou que é possível crescer ao mesmo tempo em que distribui renda e gera empregos e disse que a solução para a crise financeira global não está na intensificação de processos recessivos. É necessário, na visão dela, que se estabeleça um acordo entre os países europeus, além da consolidação fiscal e da solidez dos sistemas bancários.
“Não podemos ficar reféns de visões ultrapassadas ou de paradigmas vazios de preocupação social em relação ao emprego e em relação à riqueza dos povos. É prioritário solucionar o problema da dívida soberana e reverter o quadro recessivo global. É inadiável a regulamentação do sistema financeiro; é fundamental pôr fim a políticas monetárias que provocam uma verdadeira guerra cambial e estimulam o protecionismo.”
Ela também chamou atenção para a reforma de organismos multilaterais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. E foi enfática ao afirmar que os países do Ibas contribuíram no Conselho de Segurança da ONU para a resolução de conflitos na Líbia e Síria, demonstrando que dispõem “de todas as credenciais para assumir assento permanente e dotar aquele órgão da legitimidade que lhe falta”.
Dilma Rousseff aproveitou a oportunidade para convidar o presidente Zacob Zuma e o primeiro-ministro Manmohan Singh a participarem da Rio+20, em junho de 2012 no Brasil, e a estreitar a cooperação trilateral no comércio e em programas de educação, ciência, tecnologia e inovação, como o Ciência sem Fronteiras.
“A importância do Ibas tem muito a ver com o papel global que desempenhamos e podemos desempenhar, com o fato de que representamos três continentes – a América Latina, a África e a Ásia. Esse Fórum é, portanto, um poderoso instrumento para promover a cooperação trilateral em áreas de impacto concreto nas nossas regiões e nos nossos países (…). Nossa diversidade e nossa cooperação são os principais trunfos que temos para garantir uma presença livre e soberana dos países em desenvolvimento neste mundo em transformação em que vivemos.”
Fonte: Blog do Planalto