A bancada de senadores do Partido dos Trabalhadores manifesta sua veemente indignação à ação de integrantes do Exército que, no último domingo, metralharam uma família inocente no bairro de Guadalupe, no Rio de Janeiro.
Foram oitenta tiros disparados contra o carro da família, deixando como vítima fatal o músico Evaldo Rosa dos Santos, 51 anos, morto diante da mulher, a enfermeira Luciana Oliveira, e do filho de sete anos de idade. Era uma família que se dirigia a um chá de bebê em um domingo, dia consagrado ao lazer e à convivência com entes queridos.
A imagem do carro fuzilado pelos militares impressiona e revolta. É resultado de mais uma “ação” desastrosa por parte de quem deveria proteger a população, mas também é um alerta: a violência em Guadalupe ilustra com nitidez o que devemos esperar se for aprovado o famigerado “pacote anticrime” do ministro Sérgio Moro, com seus dispositivos que se traduzem em licença para matar.
O Brasil registra 60 mil assassinatos por ano. Para enfrentar essa epidemia, só ocorre ao governo Bolsonaro criar condições para multiplicar a presença das armas de fogo, como fez com seu decreto de liberação da posse, e flexibilizar a vedação ao homicídio, ao ampliar o conceito de legítima defesa para o agente policial, abraçando a tese da violenta emoção, como faz no “pacote anticrime”.
Diante da violência praticada em Guadalupe, também chama a atenção o silêncio do presidente da República e de seu “superministro” da Justiça, tão fluentes em frivolidades nas redes sociais, mas incapazes de uma palavra de solidariedade à família tão brutalmente atingida.
Ao tempo em que aguardam a rigorosa apuração dos fatos e responsabilidades, os senadores do Partido dos Trabalhadores manifestam sua solidariedade à família do músico Evaldo. Nossa tarefa é lutar por um Brasil sem armas, sem impunidade e sem violência, não importa de onde ela venha.
Senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado