Acossado por sérias denúncias de corrupção, popularidade em queda livre e o monumental fracasso de seu governo, o presidente Bolsonaro resolveu transformar uma operação militar corriqueira numa patética tentativa de intimidação das instituições democráticas.
Não por acaso, ou por trágica coincidência, o desfile inusitado de blindados pela Esplanada, uma espécie de “tanqueciata” bolsonarista, ocorre justamente no dia em que será votada a PEC do voto impresso, a qual tem por objetivo retroceder o país ao tempo do coronelismo, da compra de votos e das fraudes eleitorais.
Bolsonaro sabe bem que deverá ser derrotado nas próximas eleições e tenta, como Trump o fez, criar um clima de suspeita sobre o pleito para manter-se no poder a qualquer custo. Agride sistematicamente as instituições democráticas, as oposições e a imprensa livre como um miliciano tresloucado e desesperado.
O presidente, admirador confesso de ditaduras e torturadores, que ainda vive numa anacrônica Guerra Fria, parece não entender, contudo, que essas vergonhosas bravatas são inúteis. Elas só encontram eco nas hostes cada vez mais reduzidas de seus fanáticos apoiadores.
A democracia brasileira, construída com décadas de luta popular incansável, fincou raízes sólidas em nosso solo e não será derrotada por um político corrupto, incompetente, racista, misógino, homofóbico e genocida, como Jair Bolsonaro.
Quaisquer tentativas de interromper o livre funcionamento das instituições democráticas serão prontamente repelidas pelo povo brasileiro e pela comunidade internacional.
Temos certeza, ademais, de que as Forças Armadas do Brasil saberão cumprir seu papel constitucional e não apoiarão aventuras totalitárias de milicianos corruptos.
Bolsonaro, que contribuiu decisivamente para a morte de mais meio milhão de brasileiros, não será capaz de assassinar nossa democracia.
Ela é eterna. Ele, Bolsonaro, é apenas um político patético e corrupto de dias contados.
Senador Paulo Rocha (PT-PA)
Líder do PT no Senado