Novas matérias confirmam o pagamento de propina no cartel do metrô de SP

Novas matérias confirmam o pagamento de propina no cartel do metrô de SP

 

Investigações apontam pagamento de propina a
funcionários do estado de SP

Duas novas matérias trazem novidades sobre do cartel montado para viciar as licitações do metrô em São Paulo. A revista Istoé desta semana revela na reportagem “Trem pagador” como operava Jorge Fagali Neto, considerado o homem da propina no escândalo paulista. O esquema foi descoberto a partir de um processo na Justiça do Trabalho, que envolvia o consultor Jorge Fagali Neto, indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de receber e intermediar o pagamento de propinas da multinacional francesa Alstom a autoridades do PSDB paulista.

“A ISTOÉ teve acesso ao depoimento e a uma série de e-mails comprometedores entregues ao Ministério Público, em junho de 2010, por sua ex-secretária Edna da Silva Flores. A documentação deixa clara a proximidade de Fagali Neto com agentes públicos e o seu interesse em contratos do Metrô paulista e da CPTM. Nas mensagens, o consultor revela, por exemplo, preocupações com a obtenção de empréstimos e financiamentos junto ao Banco Mundial (Bird), BNDES e JBIC que viabilizem investimentos nas linhas 2 e 4 do Metrô paulista”.

A revista diz ainda que é irrefutável o elo do homem da propina no escândalo do Metrô com agentes públicos ligados ao PSDB. “Em 2006, Fagali trocou mensagens e recebeu planilhas por e-mail de Pedro Benvenuto, então coordenador de gestão e planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos, órgão responsável pelas estatais”, diz a revista.

Já a reportagem “Consultoria simulada levou R$ 52 mi de cartel, diz PF”, da Folha de S.Paulo, dessa segunda-feira (30), diz que as empresas acusadas no propinoduto pagaram R$ 52 milhões a firmas de consultoria investigadas pela Polícia Federal sob a suspeita de repassar propina a políticos e funcionários públicos desde o fim da década de 1990. A informação é da PF no inquérito aberto em 2008 sobre o esquema. As descobertas foram feitas a partir do resultado de várias concorrências do Metrô e da CPTM entre 1998 e 2008 com “a movimentação financeira de quatro consultorias sob suspeita, elas receberam repasses da Alstom e de duas outras empresas acusadas de participar do cartel, a canadense Bombardier e a brasileira Tejofran”.

Foram detectados depósitos em empresas ligadas a funcionários do governo do estado de SP como é o caso do ex-secretário estadual de Transportes Metropolitanos José Fagali Neto. “A Justiça da Suíça bloqueou US$ 6,5 milhões depositados no exterior após encontrar o nome de Fagali Neto em papéis da Alstom que faziam referência ao pagamento de propina no Brasil”, diz a Folha.

O jornal ainda mostrou a demora na investigação do episódio: “O delegado Milton Fornazari, responsável pelas investigações da PF, indiciou Fagali Neto e os outros três consultores por suspeita de corrupção ativa. Fagali Neto diz que pode provar que suas consultorias existiram. A PF entregou relatório sobre os negócios da Alstom em São Paulo em agosto de 2012, mas o procurador Rodrigo de Grandis considerou que a investigação era insuficiente para levar o caso à Justiça e pediu novas apurações. Ele demorou mais de um ano para chegar a essa conclusão”.

Foto: Ricardo Guimarães

 

Clique aqui para ler a íntegra da matéria da revista Istoé 

Clique aqui para ler a íntegra da reportagem da Folha de S Paulo


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