Nova petição da defesa do ex-presidente Lula encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) traz mais um lote de denúncias que comprovam, por meio de mensagens de celular apreendidas pela Polícia Federal, a ação deliberada da operação Lava Jato para atacar Lula, o processo judiciário e os interesses do país.
As novas mensagens encaminhadas ao Supremo comprovam que Sergio Moro mentiu e desobedeceu a decisão da Justiça da Suíça que proibia, desde 2016, o uso de dados bancários da Odebrecht naquele país em processos no Brasil (Cap. IV).
Também mostram que a antiga direção da ANPR tramou com a Lava Jato ações contra a eleição de Lula e, ainda, que tramou com a Lava Jato a perseguição de advogados que resistiam a fazer acordos de delação de seus clientes.
Para completar o conjunto de crimes praticados pela Lava Jato, a nova petição traz mensagens de Deltan Dallagnol investindo, à revelia da lei, para quebrar ilegalmente o sigilo fiscal de Lula.
E, também, a petição destaca novos elementos da submissão da Lava Jato aos Estados Unidos e a busca por vantagens financeiras. Além de, mais uma vez, expor provas de que a operação tentou constranger ilegalmente ministros de tribunais superiores.
“Plano” era derrota Lula
As novas mensagens deixam ainda mais evidente as manobras jurídicas e midiáticas para impedir a participação do presidente Lula nas eleições presidenciais de 2018.
Em chat da Lava Jato, os procuradores destacam que “Lula eh franco favorito” e que “será quase impossível derrotar o pt e praticante impensável derrotar o são lula (sic)”.
De acordo com a defesa do presidente Lula, “não se tratava de uma mera opinião política — que, evidentemente, deveria ser aceita democraticamente em qualquer sentido —, mas da clara indicação de que a “lava jato” iria promover uma cruzada jurídica contra o aqui reclamante (Lula) para atacar sua reputação e retirar os seus direitos políticos”.
Em uma das mensagens, a procuradora Jerusa afirma: “Temos que entender que a FT [força-tarefa] ajudou a eleger Bozo, e que, se ele atropelar a democracia, a LJ [Lava Jato] será lembrada como apoiadora. eu, pessoalmente, me preocupo muito com isso (vc sabe)”.
Para reforçar a conclusão, no mesmo chat, outro membro do MPF, de nome AILTON, admitiu apreciar “O SOFRIMENTO DOS ELEITORES DO LULA, SEM COMISERAÇÃO” e, ainda, que o “SOFRIMENTO ALHEIO É MUITO SALUTAR”.
Tais mensagens, além de mostrar, uma vez mais, uma atuação político-partidária de um setor do Ministério Público Federal, reforçam que a Lava Jato identificou o uso estratégico do Direito como única forma de afastar Lula do cenário político e de um eventual êxito eleitoral, reafirma a defesa do presidente Lula.
O “plano do Lula” (que, na verdade, era um plano contra o Lula) consistia, dentre outras coisas, na elaboração de diversas denúncias sem materialidade.
A base para abastecer o plano eram, “notadamente delações premiadas que a própria ‘força-tarefa’ compreendia como vazias, com o objetivo de ‘DETONAR UM POUQUINHO MAIS A IMAGEM DO 9? — como a ‘lava jato’ se referia de forma preconceituosa ao reclamante“.
O objetivo, admitido expressamente nas mensagens, era o de desgastar a imagem de Lula para que ele fosse levado à prisão sem qualquer prova de culpa e ignorando as provas de sua inocência, e ainda para retirá-lo das eleições presidenciais de 2018.