Ministério da Saúde avalia inclusão de novo medicamento para melanoma cutâneo, tipo raro de câncer de pele.
O Ministério da Saúde pretende incluir na rede de atendimento oncológico do Sistema Único de Saúde (SUS) a chamada quimioterapia adjuvante, terapia que consiste no uso do Interferona, um medicamento imunomodulador, aplicado por injeção, que ajuda o organismo a reagir contra o melanoma cutâneo, tipo raro de câncer de pele. Para assegurar a adoção deste novo tratamento quimioterápico, o Ministério prevê a aplicação de cerca de R$ 30 milhões por ano.
A novidade está em consulta pública, em um documento que traz, pela primeira vez, diretrizes gerais de diagnóstico e tratamento do melanoma cutâneo. Podem contribuir especialistas, profissionais de saúde, universitários, associações e entidades que tenham interesse no assunto, além da população em geral. Para receber as propostas complementares, o texto ficará em consulta até os próximos dias.
Apesar de haver baixa incidência, o melanoma cutâneo – tipo raro de câncer de pele – pode agravar o quadro clínico de pacientes, levando ao alastramento da doença (metástase) e ao óbito. De acordo o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda, a vantagem do novo tratamento é a “viabilidade de prolongar o tempo de vida do paciente e evitar recaídas”, complementa.
No Brasil, a rede estruturada para o atendimento de câncer conta hoje com 273 hospitais. Todos os estados do país ofertam o serviço.
No ano passado, foram registradas 7.443 internações provocadas pela doença, totalizando mais de R$ 5,5 milhões. Em 2010, foram 8.569 internações ao custo de R$ 6,4 milhões.
O novo tratamento, recomendado nas diretrizes que estão em consulta pública, deve ser aplicado em pacientes que passam por cirurgia. Após esse procedimento, é realizada uma avaliação, que inclui o exame de gânglios linfáticos, que integram o sistema imunológico humano. Caso sejam detectados vestígios do melanoma – o que indica o risco de haver uma recaída do paciente e a metástase – é recomendada a quimioterapia adjuvante, com uso da Interferona.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA), vinculado ao Ministério da Saúde, estima que neste ano ocorram mais de 6,2 mil casos da doença, sendo a maior parte entre homens – quase 3,2 mil. Do total, 20% são diagnosticados já na fase três, etapa em que a doença está avançada e já provoca a metástase e o óbito do paciente. Em 2010, ocorreram 1.507 mortes, sendo 842 homens e 665 mulheres. A faixa etária mais afetada tem em torno dos 50 anos.
Doença
O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e tem predominância em adultos brancos.
Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no país, o melanoma representa 4% das neoplasias malignas do órgão, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase.
Apesar de ser uma doença grave, o melanoma cutâneo é curável, se detectado precocemente. O principal sinal desse tipo de câncer é o surgimento de manchas escuras na pele, que mudam de tamanho e de cor, e que podem sangrar.
A doença é provocada pela exposição indevida à luminosidade solar, entre 10 e 15 horas, período em que há maior incidência de raios ultravioleta.
Ministério da Saúde