Com um dos planos mais ousados para a redução das emissões de poluentes causadores do efeito estufa, o Brasil deve ser um dos protagonistas da COP21, a Conferência do Clima de Paris, que começa nesta segunda-feira (30), com participação de mais de 195 países, além da União Europeia.
Nos últimos anos, o País ganhou destaque devido aos esforços diplomáticos para convencer países ricos e em desenvolvimento a chegarem a um novo acordo climático global.
Esse papel de “ponte” de diálogo foi possível graças à legitimidade que o Brasil conseguiu, por conta de ações em favor do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável que já vêm sendo adotadas pelo País.
Conheça algumas delas:
1. Redução de 79% do desmatamento
Em uma década, o País conseguiu reduzir em 79% as áreas desmatadas na Amazônia Legal. Em 2004, mais de 27 mil quilômetros quadrados de florestas da região foram derrubados – o equivalente à area do Estado de Alagoas. Onze anos depois, a taxa está em 5,8 mil quilômetros quadrados, de acordo com os dados do mapeamento do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE). Os dados são resultados das ações para o combate ao desmatamento, particularmente a partir da criação, em 2004, do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Casa Civil da Presidência da República.
2. Diminuição de 41% nas emissões de gases do efeito estufa
Segundo dados do relatório Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa, elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, as emissões brutas de gases do efeito estufa (GEE) no Brasil, entre 2005 e 2012, diminuíram de 2,03 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e) para 1,2 bilhão de toneladas no período, o que representa uma queda de 41,1%. Esta medida soma emissões de ao menos seis gases poluentes, como o metano, o dióxido de carbono e óxido nitroso.
3. Uso de energias renováveis complementares cresce 30%
O Brasil incentivou o uso de energias renováveis complementares à hídrica, como a energia eólica, solar e de biomassa, que aumentaram em 30% sua participação na matriz energética brasileira nos últimos dez anos, passando de 2,8% do total da oferta de energia interna em 2004 para 4,1% em 2014. As informações são do Ministério de Minas e Energia.
4. Produção de energia elétrica pelo bagaço de cana sobe 75%
Nos últimos dez anos, o País aumentou em 75% a produção de energia elétrica proveniente do bagaço de cana, através da biomassa. Em 2004, o Brasil transformava em energia cerca de 6 milhões de toneladas da matéria-prima. No final de 2014, esse número cresceu para 26,6 milhões de toneladas gerando energia elétrica. Os dados são do Balanço Energético Nacional do Ministério de Minas e Energia.
5. País é o 2º melhor destino para investimento em energia renovável
O País fica atrás apenas da China em uma lista de 55 países no quesito atratividade para investimentos em energia renovável, segundo o relatório Climatescope 2015 do Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Bloomberg New Energy Finance. Na América Latina e Caribe, o mercado brasileiro é considerado o mais atrativo para os investimentos em energia renovável.
Os dados mostram que, somente em 2014, o País atraiu US$ 6,4 bilhões de investimento em energias renováveis, o equivalente a mais de R$ 24 bilhões. De acordo com a publicação, as explicações para a alta entrada da energia renovável, com foco na energia eólica, solar e de biomassa, incluem recursos naturais excepcionais e um ambiente de políticas públicas favorável que incentiva investimentos em energias limpas.
6. Agricultor que desmata fica sem crédito
Desde 2008, o Banco Central condiciona o financiamento de projetos agropecuários na área de Floresta Amazônica à apresentação de documentos que comprovem a regularidade ambiental do negócio, dificultando a aprovação de crédito para iniciativas que desmatam. Entre os documentos requeridos estão o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) vigente, declaração de que inexistem embargos de uso econômico em áreas desmatadas ilegalmente no imóvel e licença de regularidade ambiental do lugar onde será implantado o projeto a ser financiado.
7. País é pioneiro em compromisso para corte de emissões
Durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas realizada em 2009 em Copenhague (COP15), o Brasil assumiu a liderança entre os países em desenvolvimento ao comprometer-se voluntariamente a cortar as emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% em comparação da época até 2020, mesmo sem necessidade de fixar metas por ser um país em desenvolvimento.
8. Financiamento de energias renováveis é garantido
De 2003 a 2015, o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) aprovou mais de R$155 bilhões em forma de financiamento para 769 iniciativas de energias renováveis, como a geração de energia eólica e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). Somente em energia eólica, entre transmissão, distribuição e racionalização, o BNDES financiou mais de R$18 bilhões em 273 projetos.
9. País desenvolve 1ª termelétrica movida a etanol
O País foi responsável por adaptar a Usina Termelétrica de Juiz de Fora para operar com o uso de etanol, a primeira do mundo a funcionar com este tipo de biocombustível, inaugurada em 2010. A usina gera a mesma potência de quando funcionava a gás natural, com capacidade instalada de 43,5 MW, mas com a redução de 30% na emissão de poluentes. A Petrobrás, responsável pela Usina, investiu R$ 45 milhões na adaptação de duas turbinas para gerar energia através do álcool.
10. Brasil sediou os maiores eventos sobre desenvolvimento sustentável
O Brasil recebeu duas vezes a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), uma em 1992 e outra em 2012. A última edição, mais conhecida como Rio+20, é considerada o maior evento já realizado pela Nações Unidos, com a participação de chefes de 190 países. Os resultados das negociações e propostas estão no documento “O Futuro que Queremos”, que sugere mudanças, sobretudo, na forma que os recursos naturais do planeta têm sido usados.
11. Até 2030, País vai reduzir emissões em 43%, zerar desmatamento na Amazônia Legal e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas
O Brasil é o país que chega à COP21 com o mais ambicioso compromisso entre todos os países em relação à redução de emissão de gases causadores do efeito estufa. O compromisso brasileiro é o de diminuir as emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030. Além disso, neste ano, o Brasil se comprometeu a zerar o desmatamento na Amazônia Legal e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas nos próximos 15 anos.
12. Brasil assume compromisso de descarbonizar economia até 2100
Em 2015, o Brasil assumiu, durante visita da chanceler alemã Angela Merkel ao País, o compromisso de descarbonizar por completo a economia nacional até o fim do século.
Portal Brasil
Leia mais:
Dilma defende que o novo acordo global sobre o clima tenha força de lei
Jorge Viana vê Brasil como protagonista na Conferência do Clima de Paris
Mudanças climáticas exigem medidas imediatas, alerta Jorge Viana