Cuba mantém 50 mil médicos espalhados por 67 países. Eles se despedem temporariamente de suas famílias para trabalhar nas áreas mais carentes, muitas vezes em conflito. Em terras estrangeiras, compartilham conhecimento e solidariedade.
Deixam marcas nas vidas dos pacientes e, ao retornar para a ilha caribenha, são recebidos como heróis. Geralmente, levam anos para cumprir suas missões. No Brasil, algumas dessas histórias, trazidas pelo Programa Mais Médicos, foram interrompidas de forma precoce.
É o caso de Marílyn Gonzalez Galloso, que deixou o país na madrugada desta terça-feira (27), depois de menos de um ano de trabalho em São Paulo. “Vou chorando e outros choram comigo. Deixei muitas pessoas que precisavam de nós”, conta. Ela atuou no município paulista de Andradina, a mais de 600 quilômetros da capital. Uma das primeiras a chegar ao aeroporto, de uma leva de mais de 200 cubanos que deixaram o país, Marílyn mostrou pesar por partir e chegou a perder a voz, emocionada, ao lembrar de seus pacientes brasileiros.