Com o objetivo de focar na educação e conscientizar os jovens diante do futuro, a ONU instituiu, há 20 anos, o 12 de agosto como o Dia Internacional da Juventude. Fortalecendo a iniciativa, jovens brasileiros mais uma vez lideraram, ontem, manifestações pelo país em defesa desse setor que tem sido alvo dos perversos cortes do governo federal. Tais atos, somados às ideias e à inquietude da juventude em transformar, fortalecem a educação e, também, a nossa tão atacada democracia.
Defendo que engajar novas gerações na militância é um desafio que devemos perseguir. Novas ideias e lideranças são fundamentais para qualificar os debates e avançar na construção da cidadania. Os e as jovens oxigenam as discussões e são a força que revoluciona os velhos hábitos e superam oligarquias.
Com a participação em locais representativos, como grêmios estudantis, centros acadêmicos, DCEs, movimentos sociais, de bairro, sindicatos e igrejas, jovens qualificam os fóruns de participação e os tornam mais democráticos. Esta renovação é decisiva para que a política reflita os anseios da maioria da população, incluindo a peculiar forma da juventude de sonhar, lutar e realizar.
É importante que jovens se empoderem de seus direitos, por meio do Estatuto da Juventude, sancionado há seis anos. Ele reconhece as especificidades desta população na saúde, educação, sustentabilidade, segurança, cultura, trabalho, lazer, diversidade, igualdade, comunicação, participação social, etc. Concede meia-entrada para estudantes e jovens de baixa renda em eventos culturais e esportivos e gratuidade no transporte público interestadual. O documento é resultado de ampla discussão e sua inclusão na legislação representa que os direitos dos e das jovens serão garantidos como política de Estado, independente do governo.
Para além das redes sociais, é essencial que os brasileiros e brasileiras que têm entre 15 e 29 anos, independentemente do sexo, etnia, condição social, orientação sexual, identidade de gênero, religiosidade e se vive no ambiente urbano ou rural sejam protagonistas das mudanças. Como eternizado em “Morte e Vida Severina”, do grande João Cabral de Melo Neto, desejo que esse “Sangue Novo” corrompa a “anemia política” que tomou conta de muitos e contagie mais pessoas a lutarem por um país melhor.
Publicado originalmente no jornal O Povo