Os investimentos desempenham papel importante na manutenção do crescimento econômico em níveis sustentáveis, de acordo com o relatório “Economia Brasileira em Perspectiva”, atualizado para a visita da comitiva presidencial aos Estados Unidos. A estimativa é de que, neste ano, o investimento (Formação Bruta do Capital Fixo) alcance 19,5% do Produto Interno Bruto (PIB), puxado pelas oportunidades geradas na economia brasileira e pelas medidas de incentivo ao investimento de longo prazo. O investimento em infraestrutura, por exemplo, será de R$ 1 trilhão, previstos na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), entre 2011 e 2014. Cerca de metade destes recursos irão para o setor de Energia e 30% ao Programa Minha Casa, Minha Vida.
Neste ano, o PIB cresceu 1,2% no primeiro trimestre e 0,8% no segundo. A demanda doméstica continua o principal condutor da expansão econômica. O investimento público também contribui significativamente para o crescimento da oferta no País. No acumulado de 12 meses até junho, a taxa de investimento do governo federal atingiu 3,03% do PIB.
Esse cenário da economia brasileira foi apresentado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participa, durante esta semana, do Encontro Anual do Fundo Monetário Internacional. Além dos dados estatísticos, o relatório mostra os resultados das medidas que o governo brasileiro tem adotado para minimizar os efeitos de eventual agravamento da crise mundial e manter o País em sua trajetória de crescimento.
Mercado doméstico – O Ministério da Fazenda avalia que o País possui forte mercado doméstico, composto por uma classe média crescente; mercado de crédito sólido, com taxas sustentáveis de crescimento; e baixa exposição de empresas e setor público à volatilidade da taxa de câmbio. Esse cenário garante melhor condução da política econômica.
A estratégia brasileira para combater a crise se baseia na contenção dos gastos de custeio para aumento dos investimentos públicos. Além disso, foram adotadas medidas de estímulo à produção, investimento e inovação, como o Plano Brasil Maior, a ampliação da faixa do Simples Nacional e uma nova política de microcrédito.
Em seu discurso na abertura do Debate Geral da 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a presidenta Dilma Rousseff avaliou que o Brasil toma precauções adicionais para reforçar a capacidade nacional de resistência à crise, fortalecendo o mercado interno com políticas de distribuição de renda e inovação tecnológica. “O Brasil está fazendo a sua parte. Com sacrifício, mas com discernimento, mantemos os gastos do governo sob rigoroso controle, a ponto de gerar vultoso superávit nas contas públicas, sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais, nem nosso ritmo de investimento e de crescimento”, discursou.
Emprego – De acordo com o relatório da Fazenda, no acumulado de janeiro a julho de 2011, foram gerados 1,4 milhão de postos de trabalho no Brasil. Esse valor ficou abaixo do registrado em 2010 (1,6 milhão), mas foi superior à média 2004-2011 (1,2 milhão). De janeiro de 2003 a julho de 2011, 12,3 milhões de empregos foram criados. Considerando o funcionalismo público, o montante alcança mais de 15 milhões de postos de trabalho.
A taxa de formalização atingiu 53% em julho de 2011, o mais alto nível registrado pela nova metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Este desempenho foi influenciado pelo aumento na produtividade, melhores níveis de educação formal, simplificação da estrutura tributária e fiscalização por órgãos governamentais.
A taxa de desemprego brasileira apresentou queda de 6,2% em junho para 6% em julho de 2011. Esta é a menor taxa para julho desde 2002.
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Secom