OIT afirma que, em todo o mundo, mulheres sofrem mais com o desemprego

Em todo o mundo, o índice de desemprego entre as mulheres é muito mais alto que entre os homens. A revelação integra o levantamento “Tendências Mundiais de Emprego das Mulheres 2012”  divulgado nesta terça-feira (11/12) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ainda de acordo com o estudo, não há qualquer perspectiva de alteração dessa realidade nos próximos anos.

A OIT analisou as desigualdades de gênero em matéria de desemprego, emprego, participação na força de trabalho, vulnerabilidade e segregação setorial e profissional. Constatou que a crise global aumentou a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Entre 2002 e 2007, a taxa de desemprego feminina era de 5,8% e a masculina situava-se em 5,3%.

Ao eliminar 13 milhões de empregos das mulheres, a crise ampliou ainda mais a distância de gênero no mundo. Enquanto a taxa de desocupação das mulheres subiu para 6,4% em 2011, a dos homens avançou para 5,7%. Nas economias avançadas, a situação parece haver afetado mulheres que trabalham em saúde e educação. Nos países em desenvolvimento, elas foram particularmente atingidas nos setores relacionados ao comércio.

Vários fatores, segundo a OIT, explicam esse hiato no mercado de trabalho: a maior incidência de contratos temporários com as mulheres, diferenças de desempenho educacional e preconceito. Além disso, o relatório aponta as mulheres são mais propensas a sair e retornar do mundo do trabalho em função da família. Essas interrupções na carreira, contudo, resultam em longos períodos desemprego. “Embora as mulheres contribuam para a economia e a produtividade em todo o mundo, continuam enfrentando muitos obstáculos que lhes impedem realizar seu pleno potencial econômico. Isto não somente inibe as mulheres, mas também representa um freio ao rendimento econômico e ao crescimento”, disse Michelle Bachelet, Diretora Executiva da ONU Mulheres, que contribuiu com o relatório.

Segundo Bachelet, garantir a igualdade de oportunidades para mulheres e homens não é somente uma medida justa. “É, também, uma estratégia econômica rentável”, disse.

Outros indicadores mostram a lacuna existente homens e mulheres no mercado de trabalho. Dados da OIT apontam que, em 2012, 77,1% dos homens em idade ativa trabalhavam. No caso das mulheres, essa taxa é de 51,1%. De acordo com o relatório, a força de trabalho feminina foi estimada em 1,3 bilhão em 2012 – 39,9% do total de 3,3 bilhões. “As políticas destinadas a reduzir as disparidades de gênero podem melhorar significativamente o crescimento econômico e os níveis de vida. Nos países em desenvolvimento podem contribuir de maneira considerável com a redução da pobreza”, afirmou o diretor executivo para emprego da instituição, José Manuel Salazar-Xirinachs,

Com informações da OIT e das agências de notícias

Veja a íntegra do relatório (versão em inglês)

 

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