Oposição vai ao STF para barrar proposta de Temer que acaba com os direitos sociais no Brasil

Oposição vai ao STF para barrar proposta de Temer que acaba com os direitos sociais no Brasil

Nesta sexta-feira (7), um grupo de deputados de oposição ingressou no Supremo Tribunal Federal com um mandado de segurança para suspender a tramitação da proposta de emenda à Constituição (PEC 241/16), que limita os gastos públicos para as despesas primárias dos três poderes. O Líder do PT na Câmara dos Deputados, Afonso Florence (BA), é um dos signatários da ação, ao lado da Líder da Minoria naquela Casa, Jandira Feghalli (PCdoB-RJ), e outros parlamentares.

 

O fundamento do mandado de segurança é a violação à Constituição contida na PEC 241, já que o pretendido congelamento dos investimentos públicos proposto no texto interfere na autonomia administrativa e financeira dos poderes Judiciário e Legislativo, e viola o direito democrático dos próximos cinco presidentes da República, que perdem a prerrogativa de formular um Orçamento, em decorrência desse congelamento.

De acordo com os proponentes da ação, a PEC 241 só poderá ser apreciada no plenário da Câmara após a manifestação do Supremo sobre o mandado de segurança. Sem quórum para sequer instalar a sessão desta sexta-feira (7), o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Casa, corre para atender a pressão do governo Temer e convocou para segunda-feira (10) a votação da matéria.

A PEC 241 foi encaminhada ao Congresso pelo governo golpista de Michel Temer enquanto este ainda ocupava interinamente a Presidência da República. O texto, também chamado de “PEC da Morte”, que fazer alterações na Constituição Federal para instituir um novo regime fiscal que deve congelar os gastos sociais nos próximos 20 anos. Pela proposta, o aumento das despesas fica limitado à variação da inflação do ano anterior e mudanças só poderão vigorar a partir do 10º ano.

“Temer resolveu colocar na Constituição limites de recursos para as políticas públicas. Ele tira a constitucionalização da saúde, da educação, retira dinheiro de custeio e investimento, ou seja, as estatais não terão mais investimento, os servidores públicos não terão aumento, as políticas públicas vão minguar e vão ser delegadas para onde este governo quer, que é para o mercado”, explicou Jandira Feghalli.

A parlamentar acrescentou que, ao mesmo tempo, a PEC do governo golpista não tem nenhum limite para o capital financeiro e pagamento de juros. “Esta é a cara do governo Temer, é a principal pauta dele. É a constitucionalização do orçamento sem povo e da agenda do chamado Estado mínimo: o Estado é mínimo para o povo e o mercado é máximo para os seus lucros. Então, nós vamos sustar porque para além de ele congelar uma política econômica na Constituição, ele invade a competência de outros poderes, além de violar o direito democrático de qualquer futuro presidente poder rever a política econômica sem mexer na Constituição”, afirmou.

Veja a íntegra da ação

 

 

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