Homenagem

Os 100 anos do imprescindível Leonel Brizola

Em nota, bancada do PT no Senado reverencia memória do líder trabalhista Brizola, no dia de seu centenário
Os 100 anos do imprescindível Leonel Brizola

Foto: PDT

“No Rio Grande, eu nunca vi um cavalo sem ferradura. Como pode nossas crianças andarem descalças? Eu nunca vi um bezerro abandonado, mas vejo crianças dormindo na rua. Isso não pode mais acontecer.”

Essas frases do então prefeito de Porto Alegre, Leonel Brizola, demonstram bem que ele entrou na política com o compromisso inquebrantável de combater as desigualdades, acabar com a pobreza e melhorar a vida do povo.

Brizola veio para revolucionar. “Eu vou arrebentar o alambrado”, dizia, referindo-se às amarras reacionárias que ainda prendem o povo brasileiro.

Por isso, sua história se confunde com a história das grandes lutas populares e das grandes lutas democráticas do Brasil. Com efeito, não se consegue entender a história recente do país sem se conhecer Leonel Brizola.

Em primeiro lugar, há de se destacar seu compromisso com a democracia, expresso na Campanha da Legalidade, lançada por ele para assegurar a posse de João Goulart, e na sua luta intransigente contra a ditadura militar.

Em segundo, tem de ser ressaltado seu empenho histórico na educação das crianças do Brasil. Desde as escolas de dois turnos (Brizoletas) da prefeitura de Porto Alegre até os famosos CIEPS, centros de ensino integrado que asseguravam atendimento de qualidade às necessidades da infância, Brizola foi um grande campeão da educação brasileira. Um grande campeão das crianças do Brasil.

Em terceiro, há de se salientar também seu compromisso inarredável com a soberania do país. Brizola foi um defensor ferrenho dos autênticos interesses do Brasil contra aqueles que queriam vender o patrimônio nacional e manter o país na dependência.

Mas talvez o que se deva mais destacar em Brizola seja sua grandeza moral e política. Brizola nunca fez política para si. Nunca colocou seus interesses pessoais acima dos interesses coletivos. Na campanha presidencial de 1989, Brizola apoiou decididamente Lula no segundo turno, no entendimento de que Lula daria seguimento à missão expressa na Carta Testamento de Getúlio. Disse ele: “Lula, o bastão da História está contigo.”

Brizola foi um daqueles imprescindíveis dos quais falava Bertold Brecht. Se vivo, faria ele 100 anos. Mas os imprescindíveis nunca morrem. Os imprescindíveis são imprescindíveis para sempre.

Assim, Brizola faz hoje 100 anos. Continua presente e mais vivo que nunca. É ainda aquele jovem que veio para “arrebentar o alambrado”. E sempre o será.

Paulo Rocha (PA), líder da bancada do PT no Senado

Jean Paul Prates (PT-RN), líder da Minoria

Fabiano Contarato (PT-ES)

Humberto Costa (PT-PE)

Jaques Wagner (PT-BA)

Paulo Paim (PT-RS)

Rogério Carvalho (PT-SE)

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