Dois indicadores econômicos foram divulgados nesta quarta-feira (04): o do movimento do comércio da empresa Serasa Experian, que tem como parâmetro as consultas para abertura de concessão de crédito ao consumidor, e o do Sebrae, um serviço social autônomo de apoio às pequenas e micro empresas, pertencente ao chamado Sistema S (Sec, Sesi etc.). No primeiro, predomina a cautela e a projeção de que não há melhora no horizonte imediato; no segundo, a ampla maioria dos empresários mantém-se otimista.
Em ambos os dados, os números são positivos, mas as interpretações sobre seus desempenhos mostram cenários diferentes. O Indicador Serasa Experian da Atividade do Comércio aponta que as consultas para abertura de crédito saltaram 9,6% entre 2011 e 2010, e 7,6% entre 2012 e 2011 – ou seja, cresceram menos e figuram como a menor taxa positiva para um semestre dos três últimos anos. Para o economista da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, esse recuo reflete o “esgotamento do poder de compra” do consumidor. Com dados do Banco Central (BC) em mãos, ele aponta que, durante o período de um ano, o consumidor compromete 43% de sua renda. Em resumo, o consumidor está priorizando o pagamento de suas dívidas, antes de contrair novos financiamentos.
Já o balanço do Sebrae indica que o faturamento das pequenas e micro empresas no mês de maio, em comparação com o mesmo mês do ano assado, saltou 10,3%, já descontada a inflação. No acumulado de janeiro a maio, também em comparação com 2011, o crescimento decai um pouco, para 8,9%. Segundo Pedro Gonçalves, do Sebrae, o desempenho ficou um pouco acima do esperado para a indústria e dentro do previsto o comércio e serviços. “Basicamente, atribui-se o resultado positivo à evolução favorável da ocupação”, diz ele. O crescimento dos recursos para o consumo no mercado interno, continua, favoreceu as 2.716 micro e pequenas empresas consultadas.
Ao contrário das projeções do Serasa, a pesquisa do Sebrae não aponta nuvens no horizonte. A maioria dos pequenos e micro empresários entrevistados (54%) acredita que se faturamento será mantido nos próximos seus meses, enquanto 31% acreditam que irão vender ainda mais do que hoje e apenas 5% acham que venderão menos, além dos 10% que não souberam responder.
“Independentemente da avaliação do empresário, o Sebrae acredita que os próximos meses devem ter evolução um pouco mais modesta no faturamento, porque a economia como um todo não vem crescendo em um ritmo muito acelerado”, disse o consultor.
(Com informações da Agência Brasil e outras agências)