Primeiro medalhista de ouro do boxe brasileiro: “Não é justo punir as crianças” “Não acho justo punir crianças. Deveríamos é investir mais em projetos sociais e fazer crianças e adolescentes praticarem esportes”, disse, nesta quarta-feira (17), um dia após conquistar o ouro nos Jogos Rio 2016.
A crítica do boxeador acontece no momento em que a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania do Senado prepara-se para analisar a proposta que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos.
O atleta, que passou a infância pobre nas ruas de Salvador (BA), contou ter sido “salvo” pelo boxe. Além disso, Robson Conceição cobrou ainda mais investimentos públicos em programas sociais.
“Acho que nem estaria vivo por conta da violência e das mortes que ocorrem em Salvador. E pelo fato de que brigava muito na rua. Hoje ninguém mais quer isso. Ninguém mais que tomar soco de ninguém. Se não fosse pelo boxe, eu teria uma história diferente”, disse, entrevista à Gazeta Esportiva.
Também nesta quarta-feira, o especialista independente das Nações Unidas Juan E. Méndez pediu a rejeição da redução da maioridade penal no Brasil.
“A prisão está intrinsecamente ligada a maus-tratos de crianças, que estão em maior risco de sofrer violência, abusos e atos de tortura quando privadas de liberdade”, disse.
“A vulnerabilidade das crianças requer que o Estado implemente padrões mais altos e garantias mais amplas de prevenção à tortura e maus-tratos”, continuou.
Para Méndez, “processar adolescentes como adultos violaria as obrigações do Brasil sob a Convenção dos Direitos da Criança”.
Da Redação da Agência PT de Notícias
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