O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) protocola nesta segunda-feira (28), representação no Ministério Público Federal para questionar o bloqueio de acesso do servidor Luiz Ricardo Miranda ao Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do Ministério da Saúde.
Luis Ricardo é funcionário de carreira do Ministério e irmão do deputado Luis Miranda (DEM-DF). Os dois, em depoimento à CPI da Covid do Senado, denunciaram irregularidades cometidas na tramitação do contrato de compra da vacina indiana Covaxin, e que haviam relatado os indícios de corrupção ao presidente Jair Bolsonaro em 20 de março,
Segundo o deputado Luiz Miranda, durante o encontro com o presidente, Bolsonaro teria atribuído o caso ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) e prometido acionar a Polícia Federal para apurar a denúncia, o que não foi feito.
No domingo (27), o parlamentar relatou em suas redes sociais que o irmão teve bloqueado o seu acesso ao SEI, que é o sistema eletrônico de processos administrativos da pasta. É nele que ficam registrados os atos do MS. Para ser acessado, o sistema necessita de registros dos usuários autorizados. Diversos documentos referentes ao caso Covaxin, que foram mencionados por Luiz Ricardo em seu depoimento à CPI, se encontram registrados no sistema.
Em sua representação ao MPF, o deputado Alexandre Padilha lembra ao MPF que tanto o servidor como o seu irmão estão envolvidos “em rumoroso caso de denúncia de malversação de recursos públicos contra o atual governo, de modo que causa estranheza o bloqueio ao acesso do servidor ao sistema do ministério em que trabalha”.
Padilha requer a abertura de um procedimento de apuração para saber do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, qual o motivo do bloqueio de acesso ao sistema e quem foi que determinou tal medida. Além disso, o documento indaga se existe alguma relação entre a perseguição contra o servidor que foi denunciada pelo parlamentar com o fato dele ter contribuído com os trabalhos de investigação da CPI do Senado Federal.