Paim critica uso de barreiras eletrônicas como fonte de arrecadação de multas

Paim critica uso de barreiras eletrônicas como fonte de arrecadação de multas

Paim: A atitude voraz somente da arrecadação por parte do Poder Público desvirtua a função social e pedagógica da fiscalização eletrônica

O uso de barreiras eletrônicas no trânsito brasileiro ajuda a diminuir os acidentes de trânsito e a velocidade máxima das vias, de acordo com o senador Paulo Paim (PT-RS). No entanto, o parlamentar criticou, nesta sexta-feira (25), o uso desses equipamentos – também conhecidos como pardais –como uma “fonte milionária de arrecadação de multas” ao invés da finalidade fiscalizatória.

“Não sou contra os pardais, não sou contra o controle eletrônico, não sou contra as multas, mas digo: o limite tem que ser real. Se for irreal, não ajudará ninguém. A atitude voraz somente da arrecadação por parte do Poder Público desvirtua a função social e pedagógica da fiscalização eletrônica da velocidade”, afirmou o parlamentar, do plenário do Senado.

Paim acredita que é preciso ter cuidado com essa política. Segundo ele, a administração pública, por vezes, prejudica a mudança de comportamento dos motoristas ao não utilizar esses equipamentos para fins pedagógicos.

“Não é incomum que as barreiras e pardais comecem a ser maliciosamente dispostos, escondidos, somente para surpreender esse ou aquele, por vezes exigindo velocidade muito mais baixa para o tipo de via, de modo a maximizar a arrecadação das multas”, disse.

Apesar da observação sobre os pardais, Paim elogiou a legislação brasileira de trânsito, em relação às regras cada vez mais rígidas, visando a reeducação no trânsito e a adoção de mais equipamentos de segurança nos veículos.

O senador ainda defendeu o aumento da fiscalização nas vias brasileiras para mudar o comportamento dos motoristas do País, especialmente em relação à prudência. “Canso de ver, quando ando por este País todo, muita gente dirigindo e falando ao celular. Isso é muito comum nos dias de hoje e muito pouco fiscalizado, como deveria ser por parte das autoridades do trânsito. Se dirigir e falar ao celular, deve-se multar, sim”, disse.

Motos
Paim alertou ainda para um dos problemas mais graves envolvendo acidentes de trânsito: os que envolvem motos. A questão é vista no Brasil como uma epidemia: mais da metade das internações devido a acidentes de trânsito abrange motocicletas. Em 2013, 88,8 mil pessoas internadas por esse motivo geraram gastos de R$ 114,2 milhões aos cofres públicos.

Os motociclistas também fazem parte do grupo de usuários que mais morrem no trânsito. Perfazem 36% dos acidentes fatais; seguidos por 31% de condutores de carro; 26% de pedestres; 4% de ciclistas; e 3% de passageiros de ônibus.

“Precisamos de prudência, de calma, de respeito aos direitos humanos, aos direitos alheios e da boa conduta, da boa vontade para defender o interesse nosso e do próximo”, defendeu o senador.

 

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