Paim estranha ataques do PMDB: “mas eles não eram governo até anteontem?”

Paim estranha ataques do PMDB: “mas eles não eram governo até anteontem?”

Paim também lembrou do PP, que fazia parte do governo Dilma: quando viu o Boeing passar para a oposição, pulou de um Boeing para o outroA imprensa noticiou, nesta quarta-feira (1º), que o governo interino, acuado após sucessivas atrapalhadas e escândalos, mobilizou sua tropa parlamentar para a reação – e pelo caminho mais óbvio: as críticas às gestões Lula e Dilma. O senador Waldemir Moka (PMDB-MS), desde o primeiro momento aliado ao grupo golpista, subiu à tribuna do Senado para – surpresa! – discursar sobre a “herança” que Michel Temer (PMDB) recebeu de Dilma. Para ele, o maior drama da história do Brasil. Do plenário, o senador Paulo Paim (PT-RS) não digeriu o exagero e apartou lembrando que o partido do qual Moka é filiado não só compunha a base de apoio ao governo, como era seu principal aliado, ocupando os cargos mais importantes da República.

“O PMDB não era governo até anteontem?”, ironizou Paim, lembrando também que o PP da senadora Ana Amélia, outra parlamentar da “oposição”, também ocupava ministérios, “até anteontem”. E perguntou: “Como é que a gente explica agora que o PMDB nada tem a ver com isso?”, questionou.

“Queiramos ou não, todos nós éramos governo. Esse, sim, é o mundo real. Só o PT era governo? Vira até piada! Tem de rir. Senadora Ana Amélia, o PP não era governo durante todo esse período, não desfrutava dos benefícios de ser governo? Mas, quando viu o Boeing passar para a oposição, pulou de um Boeing para o outro”, criticou o petista.

Paim ainda falou sobre os escândalos envolvendo os partidos políticos, como os investigados no âmbito da operação Lava Jato. “Tenho procurado não falar, mas, quando vejo os escândalos, em que só se fala do PT… Por favor, é só pegar a escala, não é? Vamos ver onde está o PP, onde está o PMDB e onde está o PT nos escândalos que estão aí”, cobrou.

Sem graça, Ana Amélia, que é do PP do Rio Grande do Sul, não quis responder aos comentários de Paim. Limitou-se a dizer que estava na “condição mais confortável de todas”, porque, segundo ela, nunca indicou nenhum ministro.

Moka, mesmo contrariado e voltando a jogar a culpa no PT, acabou reconhecendo o óbvio: que o PMDB e outros partidos fizeram parte das gestões petistas.

O peemedebista, entre as suas críticas da situação momentânea do País, só esqueceu de lembrar que foram os governos petistas que provocaram a maior onda de progresso e crescimento econômico da história de seu estado natal, além de atuar com firmeza para a redução da secular diminuição da desigualdade que imperou não só no Mato Grosso do Sul, mas em todo o País. Moka esqueceu-se: foi graças aos programas sociais do PT que a fome deixou de ser uma marca nacional – e que as primeiras ações do governo interino que ora apoia trarão a miséria de volta entre os sul-mato-grossenses. Agora, o governo interino tenta responsabilizar o Partido dos Trabalhadores pelas medidas retrógradas pretendidas por seu líder, o golpista Michel Temer.

 

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