Papa Francisco disse conhecer política de combate à pobreza no Brasil

 

“É uma política de Estado. Mas ele conhecia 
bem. Não houve surpresa, ele conhecia 
bastante bem”

Na conversa com a presidenta Dilma Rousseff, o papa Francisco disse, nesta quarta-feira (20), conhecer a política de combate à pobreza e à fome desenvolvida no Brasil. Dilma reiterou que a prioridade do papa é dar assistência aos pobres e mais frágeis, tema que Francisco ressaltou em seus sermões desde que foi eleito papa no último dia 13. A presidenta foi a primeira chefe de Estado recebida por Francisco, depois da cerimônia que marcou ontem (19) o início do pontificado.

“O papa é extremamente carismático e tem um compromisso com os pobres, o que torna a relação com o Brasil muito importante porque o governo brasileiro vem, nos últimos dez anos, focando a questão da superação da pobreza”, disse a presidenta, que se reuniu com o papa no Vaticano.

“É uma política de Estado. Expliquei como é que estamos. Mas ele conhecia bem. Não houve surpresa, ele conhecia bastante bem”.

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 “Ele  tratou da questão de proteção
 às populações mais fragilizadas”

A presidenta disse ainda que, durante a audiência, o papa contou ter se emocionado ao ver um catador de papel argentino, representando a categoria, na cerimônia de inauguração do pontificado. “Ele tratou da questão de proteção às populações mais fragilizadas”, acrescentou.

“A conversa foi muito boa e muito interessante. Fui a primeira a ser recebida depois da intronização. O papa, inclusive, disse: ‘Você pode falar porque é a primeira vez que estou recebendo uma pessoa aqui.”

Dilma informou que o papa entende bem o português e fala uma mistura do idioma com o espanhol. “Ele fala portunhol, como nós”, brincou. Ela ficou impressionada com o carisma de Francisco. “Ele é um papa normal”, ressaltou.

Juventude
No encontro, o papa Francisco disse ainda que é necessário empenho conjunto no combate às drogas e para reforçar os valores e os princípios para a juventude. Na conversa, o papa lembrou que a construção do futuro depende da juventude. “O papa falou sobre a importância da juventude na construção do futuro da humanidade e que a Igreja, como uma instituição secular, tem no jovem um foco muito grande”, disse a presidenta, após o encontro com o papa, no Vaticano.

“Conversamos sobre a questão das drogas e do crack, o reforço de valores, princípios e símbolos para a juventude”, destacou ela. Ao se dirigir aos cardeais, no último dia 15, o papa pediu que eles usem a sabedoria, que apenas o tempo e a idade ensinam, para conquistar fiéis. “Ser idoso é a sabedoria da vida, levemos essa sabedoria aos jovens”, disse, na semana passada.

A presidenta acrescentou que o papa confirmou que participará da Jornada Mundial da Juventude, nos dias 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro. “O papa disse que espera uma presença grande dos jovens [durante a jornada]”, contou ela. Segundo Dilma, o papa disse que pretende, depois da jornada, visitar Aparecida (SP) – onde está a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, considerada uma das maiores do mundo, construída em homenagem à santa de mesmo nome encontrada por pescadores no interior de São Paulo.

“Ele disse que vai a Aparecida. E me deu um livro dos de 2007 feito por bispos latino-americanos”, contou a presidenta, lembrando da recomendação de Francisco de que ela “não leia o livro todo”. “’Você não precisa ler tudo porque você pode se aborrecer, então você pega o índice e vai nos assuntos que te interessa’, ele me disse”, contou Dilma, entre sorrisos, demonstrando o bom humor de Francisco.

A presidenta contou ainda que o papa se disse “muito comovido” com a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria. “o Brasil demonstrou força e ternura”, teria dito o papa.

Questionada pela imprensa argentina se o papa teria enviado alguma mensagem ao seu país de origem, Dilma brincou: “Olha, o papa é argentino, mas Deus é brasileiro.”

Informações da Agência Brasil

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