Fátima: os 54 milhões de eleitores da presidenta não estão dispostos a deixar que a retirem do cargo sem ela ter cometido crime de responsabilidade algumA senadora Fátima Bezerra (PT-RN) comemorou, nessa segunda-feira (04), o início de uma semana “revigorada” após as manifestações ocorridas na última quinta-feira (31), quando quase um milhão de pessoas foram às ruas em defesa da democracia e demonstrando que o povo “não aceitará o golpe parlamentar que alguns tentam levar a cabo no Congresso Nacional”.
“Mais uma vez, estão gritando que não vai ter golpe, demostrando que não abrem mão das conquistas obtidas ao longo dos últimos 13 anos. Ao contrário, as ruas estão deixando cada vez mais claro que o que queremos é mais avanço no campo social, pois esse foi o projeto eleito em 2014 com Dilma presidenta”, disse. “E os 54 milhões de eleitores da presidenta Dilma não estão dispostos nem dispostas a deixar que a retirem do cargo sem ela ter cometido crime de responsabilidade algum, condição que, todos nós sabemos, é imprescindível para um processo de impeachment”, emendou.
Na avaliação da senadora, existe um consenso crescente de que o impeachment vem perdendo força e adeptos ao longo das últimas semanas. Em seu discurso, Fátima citou, como exemplo, a manifestação do economista Bresser Pereira, que se posicionou contra o andamento do processo de impeachment da presidenta Dilma “não havendo cabimento para que ele seja ultimado pelo Congresso Nacional”.
A senadora também destacou a posição de Bresser Pereira com relação ao desembarque do governo anunciado pelo PMDB. Para ele, o impeachment perde força com o episódio lamentável, “em um flagrante comportamento oportunista”.
Fátima avaliou que a iminente derrota do impeachment está levando os patrocinadores do golpe “ao desespero”, se referindo a capa “criminosa” da última edição da revista Isto É. Segundo ela, a revista exibe em suas páginas um conteúdo de violência sexista e de gênero contra a presidenta Dilma, “ferindo os princípios legais dos direitos humanos e, portanto, atuando na desconstrução da imagem da mulher perante a sociedade brasileira e mundial”.
“Este País não será o país do ódio e não será o país do machismo, de maneira nenhuma. Essa revista, o mínimo que ela deve é pedir desculpas não à presidenta Dilma, mas às mulheres do Brasil. É inadmissível, é inaceitável que, de repente, uma revista que chega aos lares das famílias brasileiras se preste a fazer um jornalismo de esgoto desse”, criticou.
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