Para Gleisi, ideia de eleição exclusiva para presidente é “alternativa torta”

Para Gleisi, ideia de eleição exclusiva para presidente é “alternativa torta”

Gleisi: “Qual a moral do Congresso Nacional para apontar o dedo à presidenta da República e não fazer sua autocritica?”A certeza da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) de que o golpe armado contra a presidenta Dilma Rousseff será desarmado aumentou depois das duas últimas manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas do país. Em pronunciamento ao plenário na noite dessa segunda-feira (04), a senadora citou o editorial do jornal Folha de S.Paulo do último domingo que, segundo avaliou a parlamentar, já recuou da tese do impeachment e partir para uma “proposta alternativa”. “Por isso a Folha vai querendo a renúncia da presidenta Dilma, do vice-presidente Temer, para que a gente possa ter uma nova eleição”, disse. 

Para Gleisi, essa seria uma “sugestão torta” e se a ideia é fazer novas eleições, que seja uma eleição geral. “Ora, se nós queremos uma nova eleição ou se a Folha de S.Paulo acha que a nova eleição é a que pode realmente trazer ao País condições de governabilidade, então que se faça uma eleição geral”, defendeu. 

Citando o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), que em seu discurso minutos antes questionou a legitimidade do Congresso Nacional para apresentar esse tipo de proposta, Gleisi disparou: “qual é a moral do Congresso Nacional para apontar o dedo à Presidente da República e não fazer a sua autocrítica?”, estranhou. 

De qualquer maneira, para a senadora, a tese do impeachment, que já não se sustentava, perdeu fôlego com as manifestações populares e de diversas entidades que se posicionaram contra o afastamento de Dilma.  Entre elas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e centrais sindicais. Gleisi sublinhou que artistas e intelectuais têm comparecido ao Palácio do Planalto para defender o governo Dilma. 

Outro fator que tem pesado contra a tese do impeachment, disse Gleisi, foi a convenção relâmpago do PMDB na semana passada, quando, em três minutos, a legenda, decidiu romper com o governo. 

A senadora disse acreditar que com a derrubada da tese de impeachment pela Câmara dos Deputados, o país deve “reagir”. É que para ela, a crise política é um complicador para a solução econômica. 

“O inconformismo da derrota nas eleições de 2014 e os erros políticos praticados pelo governo mesmo nos levaram a um impasse que atravessa o país. Derrotada essa pauta do impeachment — e vai ser derrotada — nós precisamos abrir o caminho para a retomada do diálogo e do esforço político para melhorar a economia e a vida da população brasileira. É essa a nossa função nesta Casa.” 

 

Com informações da Agência Senado

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