Para Paulo Rocha, democracia brasileira depende do desmonte do espetáculo grotesco armado pela oposição

Para Paulo Rocha, democracia brasileira depende do desmonte do espetáculo grotesco armado pela oposição

Em artigo publicado pela Folha de S. Paulo, líder analisa por que as elites estão tão interessadas no afastamento de DilmaNa sessão de debates do último sábado (7), o jornal Folha de S. Paulo pergunta ao líder do PT, Paulo Rocha (PA), e ao tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP) se o Senado deve abrir processo de impeachment contra a presidenta Dilma. O artigo do líder petista lembra que o processo é todo viciado, foi conduzido por um presidente da Câmara que é réu no Supremo Tribunal Federal e aprovado numa sessão que não pode ser chamada de outra coisa que não de espetáculo grotesco. 

O que se pretende com o afastamento de uma presidenta comprovadamente honesta e sobre a qual não pesa qualquer acusação de malfeito é derrubar um governo que “tomou a decisão política de priorizar as demandas e necessidades das classes mais necessitadas, rompendo com a lógica vigente há 500 anos”. 

E isso incomodou profundamente as elites. Tanto que ações orquestradas pela oposição fomentam e alimentam a crise. E, “por imposição dos traidores do povo, o relatório da comissão especial do Senado que analisa o processo de impeachment ficou a cargo de Antonio Anastasia, fiel escudeiro de Aécio Neves, o inconformado derrotado nas eleições de 2014”, enfatiza Paulo Rocha. 

Desfazer o triste espetáculo do circo de horrores ainda é possível, garante o líder. E é disso que depende nossa democracia. 

Leia a íntegra do artigo:

 

Vamos desfazer o circo da Câmara, por Paulo Rocha 

O circo de horrores do dia 17 de abril já foi esquecido pela imprensa brasileira, mas ainda choca as redes sociais e a mídia estrangeira.

A ausência de crime para justificar o voto dos deputados foi coberta por evocações religiosas, honras familiares, exaltações a categorias profissionais, não faltando nem elogio a torturadores da ditadura militar e honras à honestidade do marido de uma deputada preso na manhã seguinte, justamente por corrupção.

O mundo se pergunta: como pôde Eduardo Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal (STF), comandar parlamentares sob suspeição para condenar uma presidente da República que todos sabemos ser honesta?

Cunha tanto maculava a imagem da Câmara que acabou por ser afastado pelo STF de seu mandato de deputado federal nesta quinta (5). Embora acertada, a decisão, por si só, não resolve todos os problemas políticos do país.

O Congresso Nacional nunca teve índices tão baixos de credibilidade com a população, mas permanece ignorando as demandas das manifestações de 2013. Nós, políticos, continuamos remendando o remendo na legislação político-partidária.

O resultado é que, apesar de pequenos avanços, como a proibição do financiamento de empresas para campanhas eleitorais e partidos, acabamos gerando um sistema monstruoso. O Brasil precisa de ampla reforma política.

Os golpistas sabem disso. As ruas se manifestaram -58% da população quer o afastamento do vice-presidente Michel Temer, segundo pesquisa Datafolha.

O mundo acompanha perplexo os rumos dos acontecimentos no Brasil. Nossa democracia se enfraquece a cada declaração de parlamentares da oposição tentando justificar o injustificável.

Não pretendem apenas derrubar Dilma Rousseff da Presidência. Querem acabar com um governo que tomou a decisão política de priorizar as demandas e necessidades das classes mais necessitadas, rompendo com a lógica vigente há 500 anos.

Um governo que deu maior atenção aos Estados mais carentes, que conquistou respeito global por ter impulsionado a ascensão social de mais de 40 milhões de pessoas, que tirou o Brasil do mapa da fome.

Hoje o filho do trabalhador rural, o filho do pedreiro e o filho do negro podem sonhar com um futuro melhor. Os golpistas querem derrubar agora o governo que promoveu todas essas conquistas.

Cunha, enquanto ocupava a presidência da Câmara, ajudou a aprofundar a crise econômica com o apoio do PSDB. Senadores tucanos que hoje pregam o impeachment, alegando um descalabro nas contas públicas provocado pelo governo, há menos de um ano incitavam os demais deputados a apoiarem as pautas-bombas contra o governo, propostas irresponsáveis de aumento de gastos públicos.

As ações orquestradas pela oposição têm ainda outro objetivo: calar a Polícia Federal e abafar a Operação Lava Jato.

Por imposição dos traidores do povo, o relatório da comissão especial do Senado que analisa o processo de impeachment ficou a cargo de Antonio Anastasia, fiel escudeiro de Aécio Neves, o inconformado derrotado nas eleições de 2014.

Na tarde de sexta (6), a comissão especial aprovou o relatório de Anastasia, favorável à abertura do processo contra a presidente.

 

Na próxima quarta (11), o Senado terá a chance de arquivar o processo vergonhoso iniciado pela Câmara. O circo de horrores pode ser desfeito. Nossa democracia depende disso.

To top