São Paulo vive situação dramática. Só neste ano foram assassinados 40 policiais, todos fora de serviço. Vários ônibus foram incendiados numa possível ação orquestrada contra o comando das autoridades policiais. Isso sem falar dos arrastões a restaurantes e prédios.
É nesse contexto de agravamento da violência, tanto na região metropolitana quanto no restante do Estado, que se inserem os casos de violência contra a mulher.
De setembro de
Estudo do Instituto Sangari indica que a violência doméstica ainda é a maior causa de assassinatos de mulheres no Brasil (
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a violência contra a mulher vem apurando denúncias de omissão
Não existe um programa de atendimento integrado às vítimas e há somente uma Delegacia de Defesa da Mulher com atendimento 24 horas! Mais grave, não existe orçamento nem a devida contrapartida do recurso federal.
As verbas federais para ações de combate à violência contra a mulher não têm sido aplicadas com a transparência necessária pelo governo estadual.
Embora 70% das situações de violência contra a mulher ocorram na residência da vítima, esse não é um problema que será resolvido dentro de casa. O Estado tem que estar presente: na infância, prestando assistência às mães, ou, depois, construindo cadeias. Os resultados e diagnósticos da CPMI, se levados a sério, podem fazer diferença.
*Coluna publicada no jornal Folha de S Paulo