Regina: crise moral acaba com impeachment é reconhecer acordão para encerrar investigaçõesDizer que a crise moral e política por que passa o Brasil teria fim com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff significa confessar que existe um acordão para que, uma vez encerrado o processo e apeado o governo, as investigações serão encerradas, analisa a senadora Regina Sousa (PT-PI). Segundo ela, depois de chegar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Operação Lava Jato “não sabe mais o que fazer”.
Em discurso ao plenário, a parlamentar lembrou que a cada dia surgem novas listas de políticos que podem ter recebido verbas via caixa 2. A mais antiga, de 1980, só comprova que a corrupção é bem mais antiga que os governos petistas. “Aí, a pessoa vir aqui dizer que acaba a crise moral se aprovar o impeachment; eu acho meio até leviano fazer uma afirmação dessa porque está dizendo que, daí para frente, tudo vai ser esquecido. Mas não vai”, garantiu.
Sobre impeachment e as declarações de integrantes da oposição de que ele é um instrumento previsto na Constituição, Regina fez questão de relembrar que embora assegurado pela Carta Magna, o afastamento de um presidente da República precisa atender a preceitos bem determinados. Um deles é o crime de responsabilidade. “Mas se o crime que vão imputar à presidenta for o de pedalada fiscal, se segura, porque depois vão passar muitos governadores; inclusive alguns que já confessaram”, observou.
E a recuperação da moral, tão pretendida e alardeada por alguns parlamentares, não tem como ser conduzida por alguém como o presidente da Câmara, avalia a parlamentar. “Dizer que a crise moral acaba e vai ter como presidente da República Eduardo Cunha?”, estranhou. “Porque, no dia em que o Temer viajar, nosso presidente da República será ele”, disse.
Regina alertou que o momento político do Brasil é extremamente delicado, especialmente por conta da divisão entre os brasileiros. ”É preciso que a gente olhe para isso, pois que nesse processo dificilmente existe um vencedor”, disse. Ao contrário do que ocorreu em 1992, quando o País inteiro se uniu para defender a saída do então presidente Fernando Collor do cargo, agora existem dois lados. “É preciso que a gente olhe para isso, pois que nesse processo dificilmente existe um vencedor”, encerrou.
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