Parlamentares da Bancada do PT na Câmara apontaram nesta terça-feira (19), em manifestações pelo Twitter, a incoerência do governo Bolsonaro em demitir apenas o Secretário-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, por acusações de liberar recursos públicos para campanhas de candidatas laranjas, enquanto mantém no posto o ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antônio, também acusado pela mesma prática.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, nesta terça-feira (19), a professora aposentada e candidata nas últimas eleições à deputada estadual pelo PSL de Minas Gerais Cleuzenir Barbosa, disse que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, sabia do esquema de lavagem de dinheiro de recursos do fundo partidário usando candidaturas de mulheres. “Era o seguinte: nós mulheres iríamos lavar o dinheiro para eles. Esse era o esquema. O dinheiro viria para mim e retornaria para eles”, afirmou em entrevista à Folha.
Álvaro Antônio era o comandante da sigla em Minas e responsável pela montagem das chapas. Parte do dinheiro público foi direcionado a quatro candidatas do PSL mineiro apenas para preencher a cota feminina de 30% das candidaturas e de verba eleitoral. O dinheiro enviado a elas foi parar na conta de empresas de assessores, parentes ou sócios de ex-assessores do atual ministro do Turismo.
O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), cobrou de autoridades do governo e do judiciário a investigação do caso dos “laranjas” do PSL. “Algumas perguntas que as autoridades – alô (Sérgio Moro), alô (Raquel) Dodge, alô Deltan Dallagnol – têm obrigação de fazer a Bebbiano: O que ele sabe sobre o esquema de laranjas do PSL? Bolsonaro estava informado sobre o esquema? Quem mais do PSL e da campanha estava ciente?”, indagou.