PSD: dele saíram estadistas como Willy BrandtO Partido Socialdemocrata da Alemanha (PSD, ou SPD, na sigla em alemão), o mais antigo do país, que dominou a cena política europeia com estadistas como Willy Brandt, Helmut Schmidt e Helmut Kohl, distribuiu comunicado na manhã desta sexta-feira (22) manifestando “apreensão” com o futuro da democracia no Brasil. A bancada do parlamento do partido declara que “apoia todas as forças democráticas no Brasil que se colocam contra as ideologias antipolíticas e antidemocráticas”, desejando que o Brasil encontre uma saída para o diálogo e que a oposição mude sua postura golpista. “É imperioso que a oposição no Brasil retorne a princípios fundamentais comprometidos com a democracia”, diz a nota do partido. “Isso significa respeitar os resultados das eleições e lutar pela mudança política nas urnas”.
O comunicado também aborda “os graves casos de corrupção” da Petrobras, diz que eles abalaram a confiança da população no sistema político e nos partidos”. Afirma ainda que “ficou comprovado que também o Partido dos Trabalhadores beneficiou-se de financiamentos ilegais”, para, em seguida, advertir que “apesar das apurações intensas já realizadas, inexistem indícios incriminadores do envolvimento de Dilma Rousseff ou seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva no escândalo da Petrobrás”.
Apesar das investigações não terem atingido Dilma nem Lula, continua, “o PT e suas lideranças se vêem expostos a uma campanha difamatória movida por amplos segmentos da mídia brasileira com o objetivo de destruir a credibilidade e a reputação do partido, da presidente em exercício e do seu antecessor.”
“A mídia não reconhece, porém, que somente os governos do PT sob as presidências de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva criaram as condições no Judiciário e nos órgãos investigadores para uma apuração efetiva da corrupção”, acusa. “Em uma sociedade democrática, cabe ao Judiciário assegurar que a apuração da corrupção não degenere em revanchismo político”.
Especificamente sobre o golpe travestido de impeachment contra Dilma, diz ainda o PSD alemão que “as acusações contra Dilma Rousseff não constituem uma base jurídica sólida para um processo de impeachment”, lembrando que “é significativo ver que elas também não tiveram nenhuma importância na discussão e na votação nominal, realizadas na Câmara dos Deputados em 17 de abril”, conclui, referindo-se ao circo de horror político comandado por Eduardo Cunha. “O emprego abusivo do processo de impeachment é um precedente perigoso para a democracia brasileira. Permite que resultados de pesquisas de opinião e marchas de protesto pesem mais do que princípios constitucionais e eleições democráticas.”
Leia o comunicado na íntegra, abaixo:
“No domingo passado a Câmara dos Deputados da República Federativa do Brasil decidiu pela abertura do processo de impeachment contra a presidente em exercício, Dilma Rousseff.
A bancada do Partido Socialdemocrata Alemão no Parlamento Federal acompanha o desenrolar dos acontecimentos no Brasil com muita apreensão. Os graves casos de corrupção na empresa petrolífera paraestatal Petrobrás abalaram a confiança da população no sistema político e nos partidos. Ficou comprovado que também o Partido dos Trabalhadores beneficiou-se de financiamentos ilegais. Apesar das apurações intensas já realizadas, inexistem indícios incriminadores do envolvimento de Dilma Rousseff ou seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva no escândalo da Petrobrás. Não obstante, o PT e suas lideranças se vêem expostos a uma campanha difamatória movida por amplos segmentos da mídia brasileira com o objetivo de destruir a credibilidade e a reputação do partido, da presidente em exercício e do seu antecessor. A mídia não reconhece, porém, que somente os governos do PT sob as presidências de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva criaram as condições no Judiciário e nos órgãos investigadores para uma apuração efetiva da corrupção. Em uma sociedade democrática, cabe ao Judiciário assegurar que a apuração da corrupção não degenere em revanchismo político.
As acusações contra Dilma Rousseff não constituem uma base jurídica sólida para um processo de impeachment. É significativo ver que elas também não tiveram nenhuma importância na discussão e na votação nominal, realizadas na Câmara dos Deputados em 17 de abril.
Apelando ao processo de impeachment, a oposição abusa de um importante instrumento democrático, previsto na constituição, para expulsar do cargo uma presidenta democraticamente eleita. Sabemos que Dilma Rousseff amarga perdas quanto à aprovação do seu governo pela população e pelo Congresso Nacional. No entanto, o emprego abusivo do processo de impeachment é um precedente perigoso para a democracia brasileira. Permite que resultados de pesquisas de opinião e marchas de protesto pesem mais do que princípios constitucionais e eleições democráticas.”