“Por ano morrem em acidentes no trânsito 40 mil pessoas, dos quais 15 mil motociclistas, um verdadeiro genocídio”, disse o senadorO senador Paulo Paim (PT-RS), em discurso na tribuna na tarde desta segunda-feira (30), traçou um paralelo entre a elevada taxa de mortalidade da violência contra as mulheres (feminicídio) e a violência no trânsito. A primeira faz seis mil vítimas todos os anos e, a segunda, como se fosse um número de guerra, mata 40 mil brasileiros todos os anos, dos quais, 15 mil motociclistas, de acordo com estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
“Peço mais criatividade e mais esforços de prefeitos, governadores e à União para combater esse verdadeiro genocídio. Melhoria das vias deve ser prioridade, mas não só isso. É preciso reeducação no trânsito; é preciso que não fiquemos dependentes apenas do transporte por veículos sobre rodas; precisamos investir no sistema ferroviário, nos metrôs e fortalecer o uso de bicicletas”, defendeu.
Paim traçou um panorama da mobilidade até porque, pela manhã, presidiu os trabalhos da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado que recebeu especialistas do setor, entre eles, de Eduardo Biavati, que foi eloquente ao esclarecer que a maioria das ocorrências decorre de causas bem previsíveis, já que o trânsito “nos colaca o tempo todo em contato com outras pessoas a nossa volta e isso não precisa ser um conflito permanente”.
O senador pediu que motociclistas e ciclistas sejam respeitados no trânsito, principalmente das grandes cidades. As faixas específicas são fundamentais para esses dois tipos de transporte. Segundo Paim, ajudaria a reduzir o elevado número de acidentes fatais. “Nós podíamos diminuir o IPI sobre a bicicleta e fazer com que o seguro da moto não fosse tão alto. Também gostaria de pedir aos jovens que tomem cuidado na condução de suas motocicletas. Jovens, se beberem, não dirijam e não peguem carona com quem bebeu. Todos podem ser vítimas de um motorista alcoolizado”, afirmou.