Paim argumentou, durante discurso em plenário nesta quarta-feira (12), que o descuido com a criança “quase sempre resulta em custo social impagável”. Segundo psicólogos, a criança estrutura a personalidade até os 6 anos, e a origem de comportamentos violentos ocorre normalmente nos três primeiros anos de vida devido a situações de negligência ou maus tratos.
“Sem dúvida as contribuições que nos chegam das neurociências são formidáveis para que tenhamos a dimensão exata dessa questão, que não é, na verdade, um problema, mas todo um roteiro de solução”, colocou Paim.
Atualmente, o Brasil conta com políticas públicas voltadas às crianças de até seis anos. No âmbito educacional, desde 2010 foram construídas mais de 6 mil creches. Já no aspecto financeiro, os beneficiários do Bolsa Família com filhos até 6 anos e que vivem em extrema pobreza têm direito a renda extra – o valor repassado a cada família é o necessário para que a renda mensal por pessoa supere os R$ 70.
Debate
O parlamentar lembrou que o tema neurociência e as ações na área de educação estará no centro das discussões da 7ª Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz, que acontece entre os dias 25 e 27 de novembro em Brasília e dia 28 no Rio de Janeiro.
O evento discutirá as novas informações do campo da ciência e da prática educacional que contribuam para o poder público e a sociedade deem mais atenção à primeira infância enquanto fase primordial da formação e desenvolvimento da pessoa. Entre os temas, estarão o debate sobre os transtornos de espectro autista e TDA-H (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade).
“Teremos especialistas de renome internacional nas neurociências e em educação, para que possamos todos conhecer e discutir estudos e projetos desenvolvidos no Brasil e no mundo sobre o desenvolvimento infantil”, disse Paim.
Nesta edição do evento, as Comissões de Educação, Cultura e Esporte; Direitos Humanos e Legislação Participativa; e de Assuntos Sociais do Senado Federal irão realizar, no dia 26 de novembro, às 10 horas, audiência pública conjunta para tratar dos aportes das neurociências à compreensão do desenvolvimento infantil.
“Esse trabalho contribui indiretamente para que conquistemos um ideal, que as nossas crianças tenham um ambiente familiar e social de amor, de alegria, de parceria e uma sociedade saudável, tanto fisicamente como emocionalmente”, colocou.
