Regularização de terras

Paulo Rocha cobra solução para evitar nova chacina em Pau D’arco

Quase dois anos após assassinato de sem terra no município de Pau D’arco, no sudeste do Pará, assentados ainda temem conflitos
Paulo Rocha cobra solução para evitar nova chacina em Pau D’arco

Dez pessoas foram assassinadas em assentamento em Pau D'arco durante operação policial, em 2017. Agora, sem terras temem novos conflitos com donos de fazenda. Foto: Arquivo/ Agência Brasil

Lideranças locais e assentados estiveram no Senado, nesta quarta-feira (27), em busca de uma solução ao impasse que ainda persiste sobre a posse e a ocupação da fazenda Santa Lúcia, em Pau D’arco (PA). Eles foram recebidos pelo senador Paulo Rocha (PT-PA), que afirmou que irá trabalhar para evitar um novo conflito na região.

Paulo e o senador Zequinha Marinho (PSC-PA), que também participou do encontro, solicitaram reunião com o Incra (Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária). Eles devem ir ao órgão logo após o carnaval para tentar solucionar a questão.

Os assentados pediram a interlocução dos senadores para que o Incra agilize o processo de regularização das terras ocupadas. Segundo eles, os donos da fazenda Santa Lúcia, onde ocorreu o massacre de Pau D’arco, em maio de 2017, aceitaram vender o local para o Incra pelo valor de R$ 22 milhões. Porém, quase dois anos após a tragédia, o órgão ainda não fez o pagamento para garantir a entrega da fazenda de quase seis mil hectares aos ocupantes da área.

“Nesses casos, as terras são confiscadas para a reforma agrária e asseguradas para os assentados. Nossa tarefa agora é arrancar o orçamento do Incra para garantir a indenização aos donos da fazenda o mais rápido possível”, compromete-se Paulo Rocha.

Participaram da reunião com os senadores o prefeito de Pau D’arco, Fredson Pereira da Silva (PSDB), o presidente da Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Nova Vitória, Manoel Gomes, e um dos assentados da fazenda Santa Lúcia, Pedro Joel.

Segundo Manoel Gomes, o Instituto deveria ter quitado a dívida até o dia 30 de dezembro de 2018.

Chacina

Senador Paulo Rocha (esq.) com assentados da fazenda Santa Lúcia. Foto: Divulgação

O massacre em Pau D’arco se tornou notícia nacional no dia 24 de maio de 2017, quando policiais, durante uma operação, assassinaram ocupantes que estavam na fazenda Santa Lúcia. A perícia concluiu que os sem terra foram executados.

Ao todo, 17 policiais militares e civis foram denunciados pelo Ministério Público pelo massacre. Em fevereiro, a juíza Elaine Neves de Oliveira, da Vara Criminal da Comarca de Redenção (PA), determinou que 16 dos envolvidos na chacina de Pau D’Arco sejam submetidos ao Tribunal do Júri. A defesa pode recorrer.

Proposta

Para evitar tragédias como essa, o senador Paulo Rocha apresentou, em maio do ano passado, um projeto que inclui o Ministério Público na fiscalização das ações de reintegração de posse cumpridas por forças policiais (PLS 166/2017).

A proposta recebeu relatório favorável do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ). O texto será analisado pelo colegiado assim que as últimas emendas forem apreciadas pelo relator.

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