O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), denunciou nesta sexta (30) o movimento claro do governo Bolsonaro para privatizar a Caixa Econômica Federal (CEF). Ele defendeu a união de todos os trabalhadores para uma resistência coletiva.
“Estamos num momento difícil para a classe trabalhadora. O governo está num processo de privatização de uma forma diferenciada, porque faz de forma fatiada”, alertou.
Segundo ele, o objetivo é vender primeiro algumas partes das empresas públicas para depois deixar o restante sucateado e, assim, justificar a venda definitiva.
“Faz assim com a Petrobras, com a Eletrobras, com os Correios e agora também com o sistema bancário. Começou com o fechamento de agências importantes e, no caso da Caixa, o IPO faz parte dessa mesma estratégia”, afirmou.
Ele se refere à oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), na Bolsa de Valores (Bovespa), da Caixa Seguridade, braço responsável pelo setor de seguros do banco estatal e uma das mais rentáveis.
Para Paulo Rocha, aos bancários, não basta resistir isoladamente. “A saída é unir todas as trabalhadoras e trabalhadores de todos os movimentos que estão sob o olho do governo para que a gente resista coletivamente”, defendeu. O senador afirmou que a bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado “está firme na resistência” para evitar as privatizações.
A mobilização contra a oferta de ações (realizada na quinta, 29) foi marcada por uma Ação Popular protocolada na Justiça Federal de Brasília na terça (27). A iniciativa pedia suspensão do IPO por violação das normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no processo de abertura de capital e por conflito de interesse na atuação da Caixa como intermediária na venda.