Em seu primeiro discurso no Senado Paulo Rocha diz que Pará não pode ter um tratamento diferenciado das regiões com economias mais dinâmicas.Fundador do Partido dos Trabalhadores, forjado por uma atuação nos movimentos sociais do Pará, o senador Paulo Rocha fez na tarde desta quinta-feira (19) seu primeiro discurso usando a tribuna do Senado. Ao povo de seu estado, agradeceu a confiança que lhe foi atribuída, prometeu que seu mandato será dedicado a defender os interesses da população e garantiu que será um defensor intransigente do governo Dilma, principalmente dos programas sociais vitoriosos que retiraram mais de 30 milhões de brasileiros da linha da pobreza nos últimos treze anos. Paulo Rocha disse que se posicionará contra qualquer medida que possa significar um retrocesso às conquistas dos trabalhadores a partir da Constituição Federal de 1988.
Com a experiência de ter atuado por vinte anos como deputado federal, Paulo Rocha afirmou que irá combater com vigor quaisquer ameaças de quebra da institucionalidade, ainda mais vinda daqueles que hoje, em pleno estado democrático de direito, se posicionam como golpistas de plantão e sonham e se alinham com a vanguarda do atraso para retomar privilégios aos poderosos, à elite, cuja compreensão da política consiste na exclusão social e da concentração de renda e das terras no Brasil.
“Sou a favor de um grande movimento de combate à corrupção, à sonegação de tributos, ao trabalho escravo, ao trabalho infantil e aos alarmantes índices de acidentes de trabalho. Luto contra o monopólio da mídia, o único setor que se recusa a regulamentar suas atividades para se tornar mais transparente, contrariando o que já foi feito em vários países do mundo moderno”, afirmou.
Paulo Rocha assinalou que participará ativamente do movimento que reivindica a regulamentação de todos os artigos da Constituição Federal, aqueles que tratam da comunicação social e que até agora, desde 1988, não foram regulamentados. “Vamos assegurar o direito de resposta ao cidadão que se sentir ofendido pelo noticiário tendencioso e irresponsável, da mesma forma garantindo a pluralidade da informação e das fontes, a inclusão da diversidade regional e a definição de regras acessíveis para a concessão e renovação das outorgas de emissoras de rádio e televisão”, disse ele.
Especificamente ao Pará e à região Amazônica, Paulo Rocha falou diretamente aos seus eleitores e agora à toda população de seus estado que representará na casa da federação brasileira: no Senado não aceitará um tratamento como de um povo distante do Brasil, que só é lembrado no momento das disputas eleitorais nacionais ou quando lembrado pela importância da preservação sustentável de suas riquezas naturais.
“Falo em nome do povo que exige tratamento igualitário semelhante ao dispensado às regiões mais dinâmicas do nosso País. Lutarei por investimentos em ciência, tecnologia e inovação, com recursos para pesquisa sobre biodiversidade amazônica capazes de possibilitar a descoberta e a incorporação de novos produtos que resultem em ganhos para a humanidade e signifiquem melhoria das condições de vida das populações tradicionais do Pará”, destacou.
O senador foi bastante enfático ao dizer que apesar de defender a geração de energia limpa, irá cobrar as compensações ao povo da região pelos impactos ao meio ambiente causados pela construção de usinas hidrelétricas. “Não podemos aceitar que onde se constrói uma das maiores usinas de geração de energia a população da região do Xingu e da Transamazônica seja privada de linhas aéreas regulares por falta de investimentos nas pistas, por exemplo, do aeroporto de Altamira”.
Ainda na área de infraestrutura, defendeu o rebaixamento do linhão de transmissão de energia da usina de Tucuruí à margem esquerda do Rio Amazonas. Segundo ele, essa iniciativa beneficiará todos os municípios da Calha Norte. Outra reivindicação que levará em diante em nome da população é a implantação de outro linhão de transmissão, esta para levar a energia gerada pela usina de Belo Monte para Santarém. Com isso, será ampliada a oferta de energia elétrica, contribuindo para a chamada segurança energética, fundamental para atender os novos empreendimentos na região Oeste do Pará.
O senador garantiu que áreas estratégicas do turismo, como Alter do Chão ou o encontro das águas do Rio Tapajós com o Amazonas, merecem atenção especial para aumentar o fluxo responsável de turistas. Para tanto, não é possível admitir a não existência de um aeroporto acanhado e com baixa capacidade operacional. Outra área é a da educação. Segundo Paulo Rocha, é necessário criar novas universidades, na região de Marajó, do Baixo Tocantins e do nordeste do Pará e na região Bragantina, porque uma instituição de ensino superior contribuirá para alavancar o desenvolvimento econômico e social dessas regiões.