O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), considera que o principal foco da CPI da Covid, instalada nesta terça (27) deve ser a investigação sobre as consequências geradas pela desastrosa opção de Bolsonaro pela tese da “imunidade de rebanho”.
Para o senador, “o presidente optou, com uma atitude negacionista, irresponsável e inconsequente, por provocar a questão da imunidade de rebanho, ou seja, deixa todo mundo pegar para ver no que é que dá. E aí a consequência são os 400 mil mortos, que podem chegar a 500 mil em breve”.
Paulo Rocha considera que a lista de 23 possíveis acusações da CPI que o próprio governo levantou e enviou aos ministérios pode servir de roteiro para a comissão.
“O governo deu a deixa quando solicitou informações para 13 ministérios. Temos ali um rol de 13 pontos para proceder a investigação. Naturalmente, vai começar pela postura do Ministério da Saúde. Agora, se o ministro obedeceu a autoridade maior, a responsabilidade recairá sobre ela”, disse.
O líder petista lembrou, porém, que a comissão não é um tribunal. “A CPI tem um papel de investigação, não é um tribunal. O resultado da CPI vai para os órgãos competentes, no caso o Ministério Público e, comprovada a responsabilidade ou crime desta ou daquela autoridade, cabe ao MP tomar as providências”.
O senador disse ainda que nenhum processo de impeachment é bom para o país, mas que ao mesmo tempo o Parlamento não pode se negar a investigar denúncias de irregularidades. “Como nós ajudamos a construir a democracia no nosso país, queremos que o processo democrático continue e que, portanto, quem não está satisfeito com o presidente, que espere a próxima eleição. Agora, se acontecem esses fatos, os chamados representantes do povo têm que investigar”, concluiu.